ATA DA VIGÉSIMA NONA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 11-4-2011.

 


Aos onze dias do mês de abril do ano de dois mil e onze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Raul Torelly, Fernanda Melchionna, Idenir Cecchim, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Maria Celeste, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulinho Rubem Berta, Professor Garcia, Reginaldo Pujol, Tarciso Flecha Negra e Toni Proença. Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Adeli Sell, Aldacir José Oliboni, Beto Moesch, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Elói Guimarães, Engenheiro Comassetto, Haroldo de Souza, Luciano Marcantônio, Luiz Braz, Mario Fraga, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Pedro Ruas, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Waldir Canal. Do EXPEDIENTE, constaram: Comunicado s/nº, da União dos Vereadores do Rio Grande do Sul – UVERGS –; Comunicados nos 290867, 290868, 290869, 290870, 290871, 290872, 290873, 290874, 290875 e 290876/11, do senhor Daniel da Silva Balaban, Presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE. Após, o senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao padre Paulo José Dalla Rosa, Pároco da Paróquia São Jorge, que convidou os presentes para as festividades relativas à 58ª Festa de São Jorge, realizadas do dia primeiro ao dia vinte e quatro de abril do corrente, no Bairro Partenon. Também, nos termos do artigo 206 do Regimento, os vereadores Professor Garcia, João Carlos Nedel, Tarciso Flecha Negra, Aldacir José Oliboni, Elói Guimarães e Toni Proença manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Na oportunidade, o padre Paulo José Dalla Rosa procedeu à entrega, ao senhor Presidente, de camiseta alusiva à 2ª Rústica de São Jorge, realizada no dia de ontem. Às quatorze horas e quarenta e três minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e quarenta e cinco minutos, constatada a existência de quórum. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciou-se a vereadora Maria Celeste. A seguir, foi iniciada a cerimônia de diplomação de vereadores-mirins integrantes do projeto de cidade-laboratório Ir Ktaná, promovido pelo Colégio Israelita Brasileiro. Em prosseguimento, a senhora Presidenta convidou as senhoras Monica Timm de Carvalho e os senhores Gabriel Rajchenberg e Ricardo Martinez Fortes, respectivamente Diretora, Presidente da entidade mantenedora e professor do Colégio Israelita Brasileiro, a integrarem a Mesa dos trabalhos. Após, os vereadores Alceu Brasinha, Nilo Santos, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Adeli Sell, João Carlos Nedel, Aldacir José Oliboni, Mario Fraga, Maria Celeste, Mauro Zacher, João Antonio Dib, Tarciso Flecha Negra, Mario Manfro, Paulinho Rubem Berta e Sofia Cavedon e a senhora Maristela Maffei procederam à entrega de Diplomas de Vereador-Mirim aos estudantes Rafael Sukster; Enrique Spiguel; Manoela Renkovski; Karine Kives; Thomas Stanton; Rodrigo Hess; Pedro Blumenthal e Marcelo Fridman, convidando os vereadores-mirins a integrarem a Mesa dos trabalhos. Em prosseguimento, a senhora Presidenta concedeu a palavra à professora Mônica Timm de Carvalho e ao estudante Thomas Stanton, que se pronunciaram acerca da presente solenidade. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores João Carlos Nedel, Pedro Ruas, Mario Fraga, Adeli Sell, Reginaldo Pujol, Idenir Cecchim, Luiz Braz, Carlos Todeschini, este pela oposição, Elói Guimarães e Paulinho Rubem Berta. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciou-se o vereador Mario Fraga. Na oportunidade, por solicitação do vereador Engenheiro Comassetto, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao senhor Adones Vignolo, falecido no dia de hoje. Às dezesseis horas e trinta e quatro minutos, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral, 1ª Sessão, esteve o Projeto de Resolução nº 007/09 (Processo nº 1193/09), discutido pelos vereadores Pedro Ruas, Luiz Braz, Maria Celeste, Carlos Todeschini, Engenheiro Comassetto, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Elói Guimarães, João Antonio Dib, Nelcir Tessaro e Adeli Sell. Durante a discussão do Projeto de Resolução nº 007/09 (Processo nº 1193/09), os vereadores Dr. Thiago Duarte, João Carlos Nedel e Mauro Pinheiro cederam seus tempos de discussão aos vereadores Bernardino Vendruscolo, João Antonio Dib e Carlos Todeschini. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Resolução nº 007/11 (Processo nº 0591/11). Às dezoito horas e dois minutos, constatada a inexistência de quórum deliberativo, a senhora Presidenta declarou encerrada a Ordem do Dia. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram, em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 033 e 022/11, este discutido pelo vereador Nelcir Tessaro. A seguir, constatada a existência de quórum deliberativo, foram aprovados Requerimentos de autoria dos vereadores Engenheiro Comassetto e Paulinho Rubem Berta, solicitando a retirada de tramitação, respectivamente, dos Projetos de Lei Complementar do Legislativo nos 039/05 e 010/10 (Processos nos 5438/05 e 1018/10, respectivamente). Às dezoito horas e dez minutos, a senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pela vereadora Sofia Cavedon e pelo vereador DJ Cassiá e secretariados pelo vereador Toni Proença. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo senhor 1º Secretário e pela senhora Presidenta.

 

 


O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

O Pe. Paulo José Dalla Rosa, representando a Paróquia São Jorge, está com a palavra, pelo tempo regimental de dez minutos, para tratar de assunto relativo à 58ª Festa de São Jorge.

 

O SR. PAULO JOSÉ DALLA ROSA: A minha saudação ao Vice-Presidente da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, Ver. DJ Cassiá; a minha saudação, também, aos demais Vereadores presentes e aos funcionários desta Casa. Ao cumprimentar a todos, queremos agradecer a esta Casa, em especial, ao Ver. Professor Carlos Alberto Garcia, autor do projeto da Lei nº 8.243, de 10 de dezembro de 1998, que incluiu a Festa de São Jorge no Calendário de Eventos Oficiais desta Cidade. A festa é realizada anualmente, no bairro Partenon. A Paróquia São Jorge tem a honra de convidar todos os presentes para participarem da 58ª Festa de São Jorge, que está sendo realizada de 1º a 24 deste mês, quando são realizadas diversas atividades em comemoração a São Jorge. Ontem, dia 10, foi realizada a 2ª Rústica de São Jorge, no Gasômetro; entre participantes e trabalhadores, foram mais de 600 pessoas. Queremos lembrar que a Corrida de São Silvestre começou pequenina e hoje é uma das maiores do mundo. A Rústica de São Jorge também, e até poderia dizer que não começou pequena. No ano passado, foram 240 participantes; este ano, mais de 600. Então, a cada ano ela vem crescendo. Gostaríamos de receber cada vez mais apoio, para que a Rústica de São Jorge também estivesse no Calendário de Porto Alegre, fosse oficializada. No próximo dia 14, iniciaremos, às 19h30min, a novena - durante nove noites -, que deverá se estender até o dia 22. No dia 23, que é sábado de Aleluia, mas, também, Dia de São Jorge, teremos, das 8 até as 20 horas, celebração da palavra da Bíblia, bênçãos da saúde, distribuição dos pãezinhos de São Jorge. No ano passado, aproximadamente 60 mil pessoas participaram da procissão de São Jorge. Esperamos o mesmo número este ano, apesar de a festa cair, justamente, no Dia de Páscoa. Mas os devotos de São Jorge celebram com alegria a ressurreição de Jesus Cristo. No dia 24, nós teremos a presença do nosso Arcebispo Dom Dadeus Grings, que celebrará uma missa campal. Logo após, teremos a procissão, como é tradicional. A cada ano, a Festa de São Jorge vem aumentando, o número de devotos vem aumentando. A Igreja de São Jorge, conforme o fôlder que vocês receberam - nós fizemos, este ano, de uma forma que, quando abrimos o fôlder, percebemos o lema -, acolhe a todos, aos devotos e aos não devotos. Acolhemos as religiões afro que vêm até nós, fazemos a celebração ecumênica, para sermos sinal de unidade. Através do diálogo, crescemos juntos, temos o mesmo Pai, professamos a mesma fé, talvez alguns por caminhos diferentes, mas o nosso ideal é o mesmo Pai. Então, a Igreja de São Jorge abre as portas para acolher a todos, para que todos possam se sentir bem.

Gostaria de lembrar também a Procissão Luminosa que acontece na Paróquia São Jorge. No dia 23, às 20 horas, teremos a missa da Vigília Pascal e, logo após, a Procissão Luminosa. No ano passado, aproximadamente duas mil pessoas participaram dessa procissão. Este ano esperamos o mesmo número, talvez até maior, de participantes nessa procissão. Quem vai presidir a missa nessa noite vai ser o Bispo auxiliar, recém-ordenado, Dom Jaime, que presidirá a missa e a Procissão Luminosa.

Alguns dos Srs. Vereadores, alguns colegas de seminário, outros, colegas já conhecidos pelo trabalho realizado através da ação social que participam da Festa de São Jorge percebem o grande número de participantes dessa festa, percebem o quanto o povo vem a essa festa, uma festa religiosa, e, segundo D. Dadeus Grings, nosso Arcebispo Metropolitano, já é a segunda maior festa religiosa de Porto Alegre. A primeira maior festa é a de Nossa Senhora dos Navegantes; e, em número de participantes na procissão, a Festa de São Jorge. E, como eu dizia, tende cada vez mais a crescer. Este convite se estende a todos os Srs. Vereadores.

No dia 24, domingo de Páscoa, dentro da Campanha da Fraternidade “Fraternidade e a Vida no Planeta”, o Sr. Arcebispo, com as autoridades presentes, num gesto simbólico, irá plantar uma árvore na frente da igreja, para dar sentido à Campanha da Fraternidade deste ano, para que a sociedade tome consciência e valorize os bens naturais que nós temos na nossa Cidade. Também queremos lembrar que uma equipe de 42 paroquianos da Igreja São Jorge, que são devotos, no dia 4 de junho, irá para Tel Aviv, no túmulo de São Jorge, em Israel, dentro das festividades de São Jorge.

Gostaríamos de que os Srs. Vereadores - quem puder - se fizessem presentes em uma das noites da novena, para que também possamos homenagear, porque a novena, a festa são possíveis graças ao apoio desta Casa. Sem o apoio dos senhores teríamos grandes dificuldades para realizar esta festa. Então, em nome de toda a Comissão da Paróquia São Jorge, da Diretoria, da Comissão da Rústica de São Jorge, queremos agradecer o apoio que os senhores sempre nos dão, sabendo que é uma festa religiosa, e a nossa missão é levar Jesus Cristo a todos os devotos de São Jorge. Sabemos que Porto Alegre é uma cidade que cresceu também pela fé, o incentivo do crescimento desta cidade é através do incentivo da fé. Gostaria, em nome do Renato, responsável pela Rústica de São Jorge, de presentear o Presidente da Mesa com uma camiseta da corrida que aconteceu ontem. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

(Procede-se à entrega do presente.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Professor Garcia está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Prezado Ver. DJ Cassiá, falo em nome da Bancada do PMDB, pelo Ver. Idenir Cecchim, nosso Líder; Ver. Haroldo, Ver. Dr. Raul e Ver. Sebastião Melo. Prezado Pe. Paulo, este é um momento de bastante alegria para este Vereador, porque, nos últimos dois anos, eu não estive presente nesta Casa, por estar ocupando o cargo de Secretário do Meio Ambiente, mas sei – e tenho acompanhado todos os anos, por ser devoto de São Jorge – do trabalho que é feito na Igreja. Vossa Reverência, quando foi para lá, teve o denodo e a vontade de fazer crescer a Festa de São Jorge, e o que temos visto é o que o senhor falou. Realmente, nos últimos anos, a festa cresce, e já tivemos quase 50 mil pessoas participando de todo o movimento, do ato do dia final. Então, sem sombra de dúvida, só perde para a Festa de Nossa Senhora dos Navegantes. Quero também registrar aqui a presença do Jorge Paim, do Renato, do Francisco, do Nestor, que estão acompanhando essa comitiva. Seria importante que os Vereadores comparecessem a uma das noites, de 14 a 22, às 19h30min, para celebrar conosco esse momento tão importante. Neste ano, a festa vai coincidir com a Páscoa, ou seja, São Jorge celebrando, mais uma vez, a vida. Boa sorte, Padre! Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Padre Paulo José Dalla Rosa, ilustre pároco da nossa querida Paróquia de São Jorge, do bairro Partenon. Eu queria cumprimentá-lo pelas inúmeras atividades que Vossa Reverência está realizando naquela Paróquia, que vão culminar com a Festa de São Jorge, durante a Semana Santa. Eu queria também cumprimentá-lo pela rústica que ontem foi realizada, com 600 competidores, Ver. DJ Cassiá. Ela é muito importante para a nossa Cidade, e essa rústica já pegou.

Cumprimento, também, o Ver. Professor Garcia, que foi o autor do Projeto que colocou a Festa de São Jorge no Calendário Oficial de Eventos da cidade de Porto Alegre. Eu queria também, Pe. Paulo, enfatizar a importância das novenas preparatórias – nove noites de preparação e de reflexão –, que são muito importantes, nós temos vários palestrantes. Eu queria também convidar os Srs. Vereadores e os nossos munícipes a participarem da novena. Parabéns ao Pe. Paulo e à comunidade que está trabalhando por Cristo. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Sr. Presidente DJ Cassiá, que bom que o senhor está aqui com a gente! Rezamos muito e torcemos muito, tu sabes que tu és uma pessoa maravilhosa que tem que estar sempre sentado aí nessa cadeira nos presidindo. Parabenizo o Pe. Paulo pela 58ª Festa de São Jorge. Em nome da Bancada do PDT - do Ver. Mario Fraga, do nosso Líder Mauro Zacher; do Ver. Dr. Thiago e do Ver. Marcantônio -, queremos saudar essa linda festa. Eu, Padre, morei quase seis anos no Partenon, na Rua São Manoel, frequentei muito a Igreja São Jorge. É uma igreja que nos traz aquele aconchego, que nos dá aquela paz interna. É do que nós estamos precisando, é do que o mundo está precisando hoje, não é, Padre? Na Igreja Católica, um grande santo, o São Jorge; na outra religião, é Ogun, o Guerreiro. E é esse guerreiro que a gente tem que buscar, para lutar junto conosco pela paz, contra a violência, contra as drogas que estão aterrorizando o mundo - não só o Rio de Janeiro, não só Porto Alegre, não só o Brasil, mas o mundo! É um momento bonito de ir à igreja, rezar, pedir bastante a esse guerreiro, para que nos ajude a atravessar esse caminho tão difícil pelo qual estamos passando, Padre. Em nome da nossa Bancada, em nome dos Vereadores, em nome deste Vereador, oxalá que Deus nos abençoe e abençoe os 58 anos de Igreja São Jorge. Muito obrigado, Padre.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Saudações ao nosso Presidente, Ver. DJ Cassiá; saúdo a visita do grande amigo Pe. Paulo José Dalla Rosa, que faz um excelente trabalho na região leste de Porto Alegre, mais precisamente na Igreja São Jorge. Nós temos, como o Pe. Paulo falou, grandes eventos na nossa cidade: Nossa Senhora dos Navegantes, São Jorge, Via Sacra do Morro da Cruz. Eles caem, neste ano, exatamente na mesma semana, a Semana Santa. Para muitos, é um feriadão a partir de quinta-feira. Possivelmente, alguns vão viajar, e nós vamos fazer um apelo para que as pessoas fiquem em Porto Alegre e vão à procissão da Semana Santa, no Murialdo, e, no domingo, a grande atividade é na Paróquia São Jorge, que faz, por incrível que pareça, essa atividade durante toda a semana. Mas o objetivo não é só uma festa, o objetivo é as pessoas se encontrarem com Deus. Para nós, cristãos, existe alguém superior a nós, e este alguém superior a nós, muitas vezes, está distante, porque nós nos esquecemos Dele. Ele precisa estar todos os dias nas nossas vidas, e, nesses momentos de oração, de reflexão, e, também, de conversão, Ele parece estar muito mais próximo das pessoas. Não é por acaso que as pessoas carregam a espada de São Jorge; não é por acaso que as pessoas queimam uma vela; as pessoas choram ou se emocionam, não é por acaso. Cada um tem uma história de vida, cada um passa por inúmeras dificuldades, e o Pároco, que é o representante de São Pedro aqui, que é a ligação entre Deus e o homem, é a pessoa certa para, nos momentos difíceis da família, estar junto para consolar e para dizer que há algo ainda a alcançar, que é uma graça, que é um milagre, que é uma esperança, que é algo diferente. Então, este momento, Pe. Paulo, é muito importante para nós, Vereadores, políticos ou não, porque, queiram ou não, a Igreja tem um papel fundamental, seja no trabalho social, seja no trabalho psicológico, eu diria, até, psiquiátrico. Às vezes, depois da celebração de uma Santa Missa, com uma palavra, com um carinho, com amor, a pessoa sai diferente. Essa motivação e essa esperança que a Igreja nos dá através dos seus representantes é muito bom, é extraordinário. Parabéns pelo seu trabalho, e continue, porque todos nós precisamos de Deus, com certeza.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Ver. DJ Cassiá, retomando as suas atividades; Pe. Paulo; em nome da Bancada do PTB - dos Vers. Alceu Brasinha, DJ Cassiá, Nelcir Tessaro e Nilo Santos -, uma Bancada cristã, nós queremos, inicialmente, homenagear a sua fala, a sua convicção e os seus apelos a esta figura integrada na cidade de Porto Alegre que é a figura cristã da Igreja. A Igreja São Jorge é uma espécie de marco integrativo da cidade de Porto Alegre, com esta figura de tantos adeptos que é São Jorge. As novenas, a procissão - nós já tivemos oportunidade, algumas vezes, de participar - nos enriquecem do ponto de vista espiritual. Neste momento, vivendo uma quadra da história de tantas tragédias, é preciso que nós nos unamos todos, e não há melhor momento, não há melhor espaço, senão sob o signo da cruz, sob o signo de Deus. Portanto, receba a nossa homenagem e a certeza de que lá estaremos, todos nós, contribuindo com esta festa que é de Porto Alegre, é da cidade. Meus parabéns a Vossa Reverência.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Toni Proença está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. TONI PROENÇA: Sr. Presidente, Ver. DJ Cassiá; seja muito bem-vindo no seu retorno a esta Casa, que São Jorge ilumine o seu caminho de pleno restabelecimento de saúde, daqui até a eternidade. Pe. Paulo, eu queria cumprimentá-lo pelas palavras, pela 58ª Festa de São Jorge, pela administração da Paróquia, ao senhor e a todos os paroquianos da Igreja São Jorge. O desejo e a vontade da Bancada do PPS - em meu nome, em nome do Ver. Paulinho Rubem Berta, do Ver. Elias Vidal – é de que a procissão obtenha mais sucesso do que vem obtendo regularmente, que o número de participantes cresça e que cada vez chegue mais perto da procissão de Navegantes, que é a festa máxima da religião católica em Porto Alegre. Conte com a Bancada do PPS, e, sem dúvida, nós estaremos lá em algum dia desse calendário festivo, para reverenciar São Jorge. Parabéns.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Eu quero aqui, Pe. Paulo José, dar os parabéns, em nome de todas as Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, em nome desta Casa, em nome da sociedade, pelo trabalho que a Paróquia, há muitos e muitos anos, vem desenvolvendo, que é um trabalho social, humano, não só religioso.

Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h43min.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cássia – às 14h45min): Estão reabertos os trabalhos da presente Sessão.

Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

A Verª Maria Celeste está com a palavra em Grande Expediente.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Ver. DJ Cassiá; é uma alegria V. Exª estar de volta entre nós, nesta tarde, o senhor que passou por uma recuperação. Todos nós torcemos, mandamos mensagens pela sua boa recuperação. Que bom recebê-lo de volta, nosso Presidente!

Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, no Grande Expediente de hoje, gostaria de fazer uma análise e discorrer sobre a importância de demarcarmos os cem dias dos nossos Governos. Cem dias do Governo Dilma, cem dias do Governo Tarso e, por que não dizer, cem dias da Câmara Municipal, com a presidência da Verª Sofia. Mas, especificamente, os cem dias da Comissão de Direitos Humanos, que tem trabalhado de uma forma muito atuante aqui na Câmara Municipal. Para iniciar este debate - e quero contar, obviamente, com a participação de todos os Vereadores e com os componentes da nossa Comissão -, queria fazer uma saudação muito especial à nossa Presidenta Dilma, que, para além dos discursos machistas, à época da eleição, no sentido de que ela era apenas uma marionete nas mãos do grande articulador político da sua candidatura, do nosso então Presidente Lula e de grupos políticos, se revelou, como foi demonstrado, Ver. Todeschini, nas últimas pesquisas, uma excelente gestora não apenas do ponto de vista técnico, mas, sobretudo, do ponto de vista político no cumprimento de suas promessas eleitorais. Quero aqui lembrar que os fundamentos da economia brasileira que já solidamente caminhavam no Governo Lula e que produziram a geração de 14 milhões de empregos no Brasil não só estão sendo consolidados nesses cem dias de Governo Dilma, como estão sendo ampliados, para que se tenha um olhar também sobre as questões sociais, que era o grande debate que se fazia durante a campanha eleitoral, especialmente na promoção da dignidade humana de todos os brasileiros e as brasileiras da nossa Nação. Por isso, com a implementação de novas ações, novos programas, especialmente na área social, a Dilma, com seu olhar de mulher, feminista, técnica, mulher de esquerda deste nosso País, que lutou na ditadura militar, traz ações e inovações importantes, como o Programa Aqui Tem Farmácia Popular, em que todas as pessoas que são hipertensas, como eu e V. Exª, especialmente os diabéticos, como V. Exª, terão oportunidade de receber, na rede pública, gratuitamente, os remédios para essas doenças.

 

O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Maria Celeste, minha querida colega e companheira de Partido, quero cumprimentá-la pela manifestação. Não esperava outra coisa em relação à nossa querida Presidente. Participei de Comissões aqui, quando ela foi Secretária de Comunicações, Minas e Energia, no Governo Olívio, e todos nós conhecemos a capacidade, a persistência, a dedicação e a profundidade com que ela trata dos temas. A Dilma, realmente, é a Presidente que o Brasil esperava. Não é o Lula, ela é diferente, tem o seu perfil e, com certeza, vai fazer um grande Governo, especialmente para os trabalhadores, para as classes populares, que, há muito tempo, esperam isso dos governantes, das lideranças. Então, a cumprimento e, com certeza, nós vamos poder crescer muito mais, em especial os que mais precisam neste Brasil.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Obrigada, Vereador. Essa é a voz corrente, especialmente traduzida na última pesquisa, que traz a nossa Presidenta Dilma com os maiores índices de popularidade no Brasil, no mesmo período dos últimos Governos, tanto do Fernando Henrique como do nosso Presidente Lula. No mesmo período, ela consegue ampliar o índice de aprovação dos outros Presidentes.

Mas eu sigo aqui ressaltando programas importantes que foram disponibilizados à população nesses cem dias de Governo: o Programa Saúde da Mulher, pelo qual poderão ter acesso e tratamento, com maior rapidez, aquelas mulheres que precisam ser tratadas de câncer de útero, de colo e de câncer de mama. Nós entendemos e sabemos o quanto é difícil, na rede pública, se conseguir uma consulta num especialista. Quando a mulher vai ao ginecologista e detecta, através do exame preventivo, que está com câncer de útero, ou câncer de colo, ou de mama, o tempo que leva para ir a um especialista, na famosa lista de espera de consultas, o tempo que leva para ter acesso a um especialista faz a diferença na sobrevida dessa mulher. A necessidade de encurtar esse período, de ter acesso a exames, de ter acesso a uma consulta especializada é a proposta desse Programa Saúde da Mulher, para que, efetivamente, nós possamos salvar vidas, vida de mulheres. Também há a Rede Cegonha, o programa da gestante, em que a mulher não só entra na rede pública e é cuidada em todo o seu pré-natal, como ela também tem um cuidado no transporte para o deslocamento ao hospital na hora do parto. Essas iniciativas e essas conquistas que foram colocadas no programa de Governo da nossa companheira Dilma estão agora sendo implementadas, implantadas em todo o nosso Brasil. E nós queremos que aqui, em Porto Alegre, também funcione, porque a parceria do Governo Federal é com o Governo Estadual, mas é, sobretudo, com os Municípios. A rede de saúde, que precisa funcionar, especialmente na Estratégia da Saúde, dá conta de um programa específico no Município, e, aqui em Porto Alegre, ele tem que funcionar. Nós temos que ter PSFs onde os médicos estejam ali, junto da população, onde haja enfermeiros, agentes comunitários trabalhando na prevenção de todas as doenças, especialmente no que tange à saúde da mulher.

Quero, também, saudar e comentar rapidamente os cem dias do Governo Tarso. Ontem, um jornal de ampla circulação na Cidade divulgou um índice de 80% de aprovação do nosso Governo, o Governo Tarso, que também vem implementando, cada vez mais, políticas na área social. Uma grande preocupação da população, Ver. Paulinho Rubem Berta - na semana passada, finalmente foi inaugurado o PSF Rubem Berta, naquela região da nossa Cidade onde o senhor desenvolve uma luta árdua -, segundo a pesquisa sobre o Governo Tarso ontem revelada no jornal, é efetivamente a Saúde. Há alguns anos, uma das maiores preocupações da população do Rio Grande do Sul era a Segurança pública. Ainda há essa preocupação, mas agora predomina, efetivamente, a questão da Saúde, que é uma responsabilidade do Município, mas que tem que ter a sustentação e a implementação do recurso do Estado e, também, do recurso federal.

Eu queria também fazer uma referência ao Programa Segurança com Paz e Cidadania, que, para mim, neste momento do Governo Tarso, se torna imprescindível, aos moldes do Pronasci, que foi construído com o Tarso enquanto Ministro do Governo Federal. Aqui no Estado do Rio Grande do Sul, ele vai implementar, inovar e criar o Programa Estadual de Segurança Pública, um programa que dá conta não apenas da área de combate à corrupção, não apenas da necessidade dos brigadianos na rua, da Polícia Civil articulada combatendo o crime, o tráfico, mas, sobretudo, da área da prevenção, em que irá inovar com os Territórios da Paz, numa parceria com o Município de Porto Alegre. Quero já dizer que estive conversando com o Secretário de Segurança do Município, e essa interlocução, essa relação Município/Estado se faz necessária, porque o projeto tem que dar conta de toda articulação que o Município fará com as comunidades nos nossos Territórios da Paz. Já há um projeto-piloto, Verª Maristela, na Lomba do Pinheiro, onde V. Exª atua, a Praça da Juventude, incluída, também, dentro dessa proposta, inovando na questão da política estadual de Segurança pública através dos programas de prevenção nessa área.

Para finalizar, quero fazer um rápido relato da Comissão de Direitos Humanos, que também completou cem dias de trabalho na Câmara Municipal, com audiências propositivas e, também, audiências em que as pessoas puderam fazer as suas denúncias sobre os mais diversos temas que foram tratados. Quero aqui salientar a importância da Segurança pública, que foi tratada nesta Comissão não apenas com a implementação do programa municipal, mas, sobretudo, com as denúncias que moradores do Centro da Cidade colocaram no sentido de qualificar aquele espaço como espaço de lazer, especialmente próximo à Usina do Gasômetro, estabelecendo ali uma maior segurança para os moradores e usuários. O caso de que mais tratamos, do ponto de vista de pinçar um caso específico, como foi a denúncia do Bar Passefica, tornou-se uma grande bandeira de luta desta Comissão e desta Casa na questão do combate e enfrentamento à homofobia, trazendo dignidade humana acima de tudo. Nesse caso, tivemos, também, a colaboração da Secretaria de Indústria e Comércio. Verificamos que ali as denúncias recorrentes não eram quanto ao mau uso do bar ou a problemas relativos à higiene, sugerindo a cassação de alvará, mas as denúncias reiteradas feitas à Comissão e também ao Ministério Público eram um caso de homofobia. Diante disso, a Comissão estabelece como prioridade este debate, num seminário que iremos fazer no próximo período, junto com a Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre. (Pausa.)

Sejam bem-vindos os pequenos do Colégio Israelita que estão chegando a nossa Casa que sempre nos visitam. Os Vereadores mirins estão conosco nesta tarde, sejam bem-vindos!

Continuando, então. Nessa questão do combate à homofobia, nós estaremos, no final de abril, início de maio, fazendo o lançamento, aqui em Porto Alegre, da campanha nacional instalada pelo Ministério dos Direitos Humanos e coordenada pela Ministra Maria do Rosário. A campanha é “Brasil, um Território Livre da Homofobia”. Queremos fazer esse lançamento oficial aqui, para que Porto Alegre também seja um território livre da homofobia. Nós também tratamos, na Comissão, de ações importantes relativas aos direitos humanos, aos direitos do consumidor e ao direito à moradia das pessoas em determinadas regiões da nossa Cidade.

Esse é um breve relato das questões que foram tratadas na Comissão de Direitos Humanos nesses cem dias de trabalho muito intenso. Saúdo os meus colegas Vereadores componentes da Comissão, que atuaram bravamente nesse período: Ver. Nelcir Tessaro, Vice-Presidente; Ver. Mario Fraga, Ver. Luciano Marcantônio e Ver. Toni Proença... Acho que são esses que estão aqui conosco.

Para finalizar, queria fazer uma saudação muito especial a todos os 50 Conselheiros Tutelares que foram eleitos no dia de ontem, na nossa Cidade, uma eleição muito difícil de ser realizada, uma eleição que mudou a sua configuração e os seus editais durante o processo eleitoral. Certamente, esta Câmara terá uma responsabilidade, um compromisso de adequação de todas essas questões. Só para se ter uma ideia, na eleição passada, foram quase 70 mil eleitores; nesta, apenas 29 mil pessoas se deslocaram para realizar a votação do Conselho Tutelar, um órgão tão importante na defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes. Lamentavelmente, a Prefeitura não conseguiu articular e divulgar adequadamente a eleição ocorrida ontem. Muito obrigada, Srª Presidente.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Vou pedir licença ao Ver. Mario Fraga, que seria o próximo a se manifestar, para fazermos a diplomação dos Vereadores eleitos para este ano, no Colégio Israelita. Queria, primeiro, justificar a minha chegada neste horário. Hoje houve a instalação do 1º Fórum da Igualdade, na Assembleia Legislativa, fórum organizado pelos movimentos sociais, e a Câmara não poderia ficar de fora.

Nós contamos com a presença - além dos Vereadores mirins, que logo chamaremos - do Profº Ricardo Fortes; da Profª Mônica Timm de Carvalho, Diretora do Colégio; e do Sr. Gabriel Rajchenberg, Presidente da Mantenedora. Eu vou convidá-los, depois, para a foto, pois eu quero empossá-los, aqui, sentadinhos, os nossos Vereadores. Eu vou pedir que os nossos Vereadores da Câmara ajudem na entrega do Diploma, aqui na frente, para fazermos uma foto dos Vereadores mirins com cada Vereador da Casa. Depois, os Vereadores mirins sentam aqui, para a foto sentados à Mesa.

 

(Procede-se à entrega dos Diplomas aos Vereadores mirins: Rafael Sukster; Enrique Spiguel; Manoela Renkovski; Karine Kives; Thomas Stanton; Rodrigo Hess; Pedro Blumenthal e Marcelo Fridman.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Com a nossa Mesa composta, eu gostaria de convidar o Profº Ricardo, a Diretora Mônica e o Presidente da Mantenedora, o Sr. Gabriel, franqueando a palavra para a Diretora Mônica. Se a senhora quiser fazer uma saudação aos Vereadores, em nome do trio que representa a comunidade do Colégio Israelita, a quem nós queremos parabenizar pela belíssima educação para a cidadania que essa escola realiza.

 

A SRA. MÔNICA TIMM DE CARVALHO: Prezada Sofia, estimados Vereadores de Porto Alegre, em nome do Colégio Israelita Brasileiro, nós queremos agradecer este espaço de acolhimento e de valorização do trabalho de cidadania que estamos realizando com nossos pequenos alunos Vereadores da cidade-laboratório do Colégio Israelita, a Ir Ktaná, que, em hebraico, significa “pequena cidade”. Queremos dizer que este espaço que a Câmara Municipal de Porto Alegre dedica aos jovens estudantes por certo vai ficar na memória e nos corações de cada um de nós, crianças, professores, mantenedores e técnicos do Colégio Israelita. E sabemos que, certamente, isso vai trazer frutos para toda a vida deles. Muito obrigada por este espaço. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Nós é que ficamos honrados. Agora teremos, em nome de todos, a palavra de um dos Vereadores, o Thomas Stanton, que se encorajou, não é Thomas? Podes usar a tribuna.

 

O SR. THOMAS STANTON: Bom, eu gostaria de agradecer todo mundo que está neste lugar por me conceder estar aqui nesta posição de Vereador da Ir Ktaná. Então, eu espero que vocês me aceitem como um bom Vereador, que consegue trazer os interesses e o poder do povo. Obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Para encerrar, eu queria que todos os Vereadores e Vereadoras mostrassem os seus certificados. Um sorriso bem bonito para a fotografia! (Palmas.)

 

(Mostram certificados e pousam para fotografias.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Parabéns, que lição dada aqui! Inclusive, vinda do estrangeiro, com o nosso Thomas. Parabéns para a escola, é um grande exemplo, a gente, que vive esses momentos tão tristes da educação brasileira com a situação vivida pelas crianças no Rio de Janeiro, fica tão feliz ao ver o cuidado, o trabalho que essa escola tem e que, certamente, é exemplo de tantos professores e professoras que dedicam a sua vida na militância da educação. E parabéns às crianças. Eu não posso abrir a palavra a todos vocês, não fiquem tristes, mas é que nós estamos votando projetos hoje à tarde. Eu sei que todos e todas fariam uma fala tão linda quanto à do Thomas. E sei que a cidade de vocês, a Ir Ktaná - os Vereadores que não a conhecem devem conhecer -, está construída no pátio da escola, tem biblioteca, prefeitura, minimercado, templo, centro cultural, ou seja, é uma cidade completa e tem todo o envolvimento da escola nas diferentes situações.

Muito obrigada pela presença de vocês e um abraço bem grande para cada um e para cada uma. (Palmas.) (Pausa.) Crianças, vocês estão fotografando com um Vereador que tem 40 anos de Câmara - o Ver. João Antonio Dib!

O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Srª Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, o Brasil inteiro ainda chora, entre comovido e estarrecido, a tragédia ocorrida no Rio de Janeiro, em que um psicopata teve livre acesso a uma escola e assassinou, fria e calculadamente, doze crianças e feriu mais treze. Foi tal o horror desse acontecimento, Ver. Elói Guimarães, que outros fatos importantes perderam espaço na mídia e na consideração da maioria das pessoas. Não posso, entretanto, deixar de fazer aqui a crítica a um episódio lamentável, protagonizado pelo Sr. Governador do Estado, que coincidiu no tempo com a triste ocorrência do Realengo.

Quero, então, dirigir-me ao Sr. Dr. Tarso Genro, para dizer-lhe o que penso do que afirmou a universitários durante uma aula magna que proferiu no Salão de Atos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Vá informar-se, Governador, antes de falar impropriedades a universitários, como defender a legalização da maconha. De um certo modo, já esperava isso do senhor. Mas convenhamos: fazer graça com o uso da maconha é, no mínimo, demonstrar total ignorância sobre o tema, ou, então, significa que o senhor está de acordo com a desintegração da família e da sociedade pelo uso de drogas. Com a responsabilidade que o senhor tem como Governador deste Estado, fazer as afirmações que fez, quase um estímulo ao consumo da maconha, foi lamentável e despropositado. Não sei se foi ironia ou má intenção afirmar que nunca ouviu falar que alguém tivesse matado por causa da maconha. Então, Sr. Governador, vá se informar, para ouvir e conhecer algo sobre a realidade das drogas. O senhor foi Ministro da Justiça, é Governador do Estado, lê jornais e recebe informações de seus assessores sobre o tema. Tenho certeza de que sabe que a maioria dos crimes que atualmente se cometem não só no Brasil, mas no mundo inteiro, tem origem nas drogas. O senhor sabe que o primeiro cigarro de maconha é a porta aberta para a drogadição. O senhor sabe que, a partir da maconha, está aberto o caminho para a cocaína, o crack e outras drogas. E estou certo de que também sabe que, com elas e depois delas, vem a degradação da pessoa, a desestruturação da família e a ação antissocial. Duvido que alguns de seus assessores não tenham corado de vergonha pela afirmação que o senhor fez.

O senhor também disse que ouviu dizer que é gostoso o uso da maconha. Só ouviu dizer, Sr. Governador? Também ouvi dizer, pois se fala por aí, que seu Partido tem relações próximas, de longo tempo, com as FARC e outros estimuladores do consumo de drogas. E daí? É bom saber, antes de tentar persuadir. Um líder de massas como o senhor, intelectual, teórico de Ciências Políticas e Sociais, sabe que serve de modelo a muita gente. Sua manifestação aos universitários certamente deu - e eu espero que tenha sido para poucos - o incentivo necessário ao início da caminhada no mundo das drogas. As famílias bem constituídas lamentam e repudiam o seu pronunciamento, mas os traficantes e os outros criminosos que os rodeiam certamente aplaudem e agradecem a ajuda que o senhor lhes deu. É lamentável, Sr. Governador.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PEDRO RUAS: Srª Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste; minha cara Verª Maristela Maffei, na última sexta-feira, houve um episódio que para todos que tomaram conhecimento causou extrema indignação. Um episódio grave, de violência, contra pessoas indefesas e pessoas, Ver. Brasinha, inclusive, com representação político-partidária na Cidade, que têm obrigação de estar em movimentos como esse. Nesse dia, sexta-feira, o Conselho Popular da Lomba do Pinheiro reuniu moradores, Ver. Mario Manfro - V. Exª, que anda sempre na periferia da Cidade –, que tinham algumas reivindicações básicas: falta de vagas nas escolas, um novo plano viário e essa mudança do trajeto do metrô, Ver. DJ Cassiá - bem vindo, é uma honra tê-lo sempre conosco aqui –, que incluía a Lomba do Pinheiro e não inclui mais, trocou a Lomba do Pinheiro pela FIERGS, entre outras reivindicações. Lá estavam estudantes da PUC, da UFRGS, estudantes do ensino secundário, a Verª Maristela Maffei e outras lideranças da comunidade, num protesto pacífico, numa reivindicação pacífica, e, a pedido da EPTC - é muito importante fazer esse registro -, foi chamado o POE, que é conhecido popularmente como a tropa de choque da Brigada Militar. E aí houve um episódio de violência gratuita contra pessoas indefesas, desarmadas, estudantes apanharam, moradores apanharam, a Verª Maristela Maffei apanhou, inclusive fez exame de corpo de delito. Vereadora, eu não queria abusar, mas V. Exª pode mostrar um dos braços? (Pausa.) Peço até que a Presidente tranque o meu tempo só durante este período. (A Verª Maristela Maffei mostra os braços.) Olhem os braços da Verª Maristela! Aquilo ali são marcas de cassetetes do POE. Cassetetes do POE!

Então, nós estamos aqui, neste momento - não há vinculação partidária, todos sabem, com S. Exª, a Verª Maristela Maffei, nem com o seu Partido –, para fazer o registro, em meu nome, em nome da Verª Fernanda Melchionna, como homem, Vereador que anda nessas periferias, que conhece o trabalho da Verª Maristela Maffei, que conhece as carências e necessidades da Lomba do Pinheiro, Ver. Brasinha, e que conhece, em vários episódios, essa brutalidade gratuita da Brigada Militar e essa covardia explícita da EPTC. Por que chamar a Brigada Militar, se o protesto era pacífico? Por que bater nas pessoas desarmadas, indefesas, várias delas menores de idades, portanto, adolescentes? Por que não respeitar uma representação legítima da Câmara Municipal, como é a Verª Maristela Maffei? Ficam muitas perguntas no ar, Presidente Sofia Cavedon, mas fica uma convicção nossa: a Prefeitura exorbitou de suas prerrogativas, obrigações e direitos, e a Brigada Militar também, por seu turno. Entendo que há necessidade de que o Executivo explique a esta Casa esse procedimento, mas, também, Verª Maristela Maffei, que o Governo do Estado explique a esta Casa esse procedimento. Não podemos aceitar que pessoas indefesas, desarmadas, estudantes, moradores pobres – ali, Ver. Paulinho Rubem Berta, onde V. Exª conhece tão bem, como conhece toda a periferia de Porto Alegre -, pessoas que não tinham intenção nenhuma de violência, cujas reivindicações nós, na Câmara Municipal, encampamos e endossamos, com o legítimo direito de reivindicar, sofram abuso, sofram violência, sofram, acima de tudo, a humilhação, a sensação do medo de não poder exercer os seus direitos. Queira receber de nós, do PSOL, Verª Maristela Maffei, a solidariedade, e transmita também ao seu Partido, mas, acima de tudo, aos moradores do bairro Lomba do Pinheiro, aos estudantes que prestavam solidariedade aos moradores. E faço um pedido à Presidência da Casa no sentido de que, imediatamente, sejam tais fatos esclarecidos e responsabilizadas as pessoas que atuaram de forma indevida. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Mario Fraga está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. MARIO FRAGA: Srª Presidenta, Verª Sofia Cavedon; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público que nos assiste pela TVCâmara e público presente nas galerias; o Grande Expediente é um período que nós, Vereadores, temos para relatar alguns fatos que acontecem na nossa comunidade e na nossa Cidade. O primeiro grande fato que eu gostaria de relatar, com um pouco de alegria e um pouco de tristeza, se refere à eleição do Conselho Tutelar ontem, quando, lá na nossa Microrregião 6, infelizmente, conseguimos eleger apenas um dos membros da composição que apoiávamos, com uma expressiva votação de 1.843 votos. A outra pessoa que eu apoiava ficou com 1.800 votos, ficando na 1ª suplência, Ver. Brasinha.

O voto passou a ser distrital. Ontem à noite, domingo, durante o período de apuração, alguns Vereadores, em especial a Vereadora-Presidente Sofia Cavedon, que estava conosco, aqui na Casa, falavam em, no decorrer desse novo período que vai iniciar para os Conselheiros Tutelares, estudar uma nova fórmula para levar a comunidade, em especial aquela comunidade que precisa do Conselho Tutelar, a comunidade que não vai lá votar, aquela comunidade mais carente, que mora mais afastado do Centro da Cidade - como é o meu caso -, aquela que mora mais perto do Lami, ou mais para lado do bairro Lageado, ou mais para a Vila Chapéu do Sol, ou mais para o bairro Ponta Grossa, essas pessoas não vão votar. Na eleição de ontem, dia 10 de abril, compareceu menos da metade dos eleitores que compareceram em 2007. Então, fica aqui uma reflexão, algo a ser estudado pelos nossos colegas Vereadores e Vereadoras em relação à próxima eleição. Fica um alerta aqui - o Ver. Nilo e a Verª Maria Celeste sabem bem do caso que vou falar - sobre aquela Emenda que fizemos. Veja V. Exª, Verª Maria Celeste, sobre a Emenda que fizemos aqui: na Microrregião 7, a Micro da Restinga, elegeram-se cinco Conselheiros, e o mais votado foi com mil votos; na Microrregião 6, o mais votado foi com 2 mil votos, 1.900 votos. Na próxima eleição, essas duas Microrregiões estarão em uma só, que será a Microrregião 7.

Camarada Toni, fica uma reflexão para nós. Não sei se V. Exª se ateve a esse detalhe da Verª Maria Celeste, que, no final do ano passado, colocou essa Emenda, para que não fosse este ano. Para a próxima eleição, pela lei que nós, Vereadores, aprovamos - mesmo eu não estando aqui, eu fazia parte, pela Bancada do PDT -, as Microrregiões 6 e 7 serão uma só. A Microrregião 7 será uma Região só. Será Restinga, Belém Novo, Ponta Grossa, Chapéu do Sol, Lami, Canta Galo, Lageado. Ver. Mauro Zacher, meu Líder, será algo quase impossível para quem conhece a região!

 

A Srª Maria Celeste: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigada, Ver. Mario Fraga. Nós trabalhamos intensamente na questão da qualificação da lei municipal, especialmente do período eleitoral dos Conselhos Tutelares, e tivemos a oportunidade de ter duas Comissões Especiais nesta Casa, em que eu tive a grata satisfação de ser Relatora. Incluímos a exigência do Ensino Médio, uma necessidade importante, junto à articulação e à relação com o Ministério Público e o Judiciário da Cidade, e, de fato, no final do ano passado, o Executivo encaminhou um Projeto para esta Casa que muda toda a configuração regional das Microrregiões – assim chamadas - da cidade de Porto Alegre. Também lá na Região Norte, ela será desmembrada: metade da Micro 10 passará a fazer parte da atual Micro 2. Eu não sei como o Governo pensa em articular esse processo de transição.

Agora, o grande fato desta eleição foi que, lamentavelmente, o Executivo, naquela reunião em que os Vereadores estiveram, quando houve a mudança do edital, vários Vereadores desta Casa participaram, se não me falha a memória, foi V. Exª quem solicitou a ampliação dos locais de votação, para que a população pudesse ter um maior acesso e, portanto, uma maior disposição para ir votar num dia como ontem. Lamentavelmente, a gente verificou que caiu o número de pessoas votantes na Cidade, justamente porque os locais estavam muito concentrados. Essa tinha sido uma solicitação ao Prefeito que a gente verificou, ontem, não ter sido contemplada de todo. Muito obrigada.

 

O SR. MARIO FRAGA: Obrigado, Verª Maria Celeste. Eu apenas discordo de uma coisa, porque, na verdade, não foi o Executivo. Vossa Excelência tem muito mais conhecimento do que eu de que quem manda nesta eleição, felizmente ou infelizmente, é o CMDCA, tanto que, para eu entrar numa reunião do CMDCA, tive que tomar um “chá de banco” de 15 minutos para poder participar, para mudar o art. 15 que tinha saído no edital.

Então, fica aqui mais esse pedido. Como eu participei ativamente, como alguns Vereadores participaram, dessa eleição, para a próxima, já fica esse aviso e essa reflexão para os próximos três anos.

Queria também agradecer à Secretaria da Saúde, ao Secretário Marcelo Bosio. Eu estive numa reunião com ele, na semana passada, para tratar sobre o Posto de Saúde de Belém Novo. Graças a Deus, para a felicidade da comunidade, o posto está com as obras bem avançadas. O mais tardar, agora, no mês de agosto de 2011, nós vamos inaugurar as novas instalações do Posto de Saúde de Belém Novo. Tem algumas novas instalações e uma pequena reforma na entrada do posto. Eu estava preocupado, Ver. Dr. Raul, porque, como V. Exª sabe, nos meses de junho, julho e agosto, fica bem complicado para todos os postos, e nós, que estamos numa casa alugada, numa casa e não num posto de saúde, então, eu tenho essa preocupação de que as obras não atrasem. Graças a Deus, o Dr. Marcelo nos deu a alegre notícia de que as obras estão com o cronograma bem adiantado. Passo aqui um recado para a nossa comunidade que é de Belém Novo, mas aquele posto atende a quase todo Extremo-Sul, Ponta Grossa, Lageado, Chapéu do Sol, Lami, Canta Galo. Se Deus quiser, em julho, farei o convite a todos os Vereadores para a inauguração desse posto de saúde.

Hoje, dia 11 de abril, estivemos na EPTC, falando com seu Diretor-Presidente, o Vanderlei Cappellari, para tratar de dois temas que não são muito bons. Um se refere à perda de um amigo que veio a falecer na Av. Juca Batista, há 15 dias, bem na frente do Aeroclube. Do outro lado, fica o condomínio Terra Ville, e há umas curvas acentuadas ali que estão sem sinalização. No sábado, ao meio-dia, Dr. Raul, um garoto de 29 anos perdeu a vida. Um carro que vinha de Belém Novo se perdeu na curva e foi direto de encontro ao motorista. Nesse acidente, faleceu um garoto de 29 anos! O pai estava do lado e não sofreu nada, mas perdeu o filho sem poder fazer nada. Então, a nossa comunidade está muito chocada. Faz 15 dias que aconteceu, foi no sábado retrasado, e nós fomos ali pedir providências. Na “Festa do Ridículo” do ano passado, um acontecimento que leva dez mil pessoas a Belém Novo, nós também havíamos perdido um amigo. Então, eu fui lá fazer esse apelo. Eu poderia pedir de forma burocrática, via Dr. Pitol, que nos tem dado uma assistência muito grande nesta Casa, mas, por esses acontecimentos, eu fiz questão de fazer essa visita ao Secretário Vanderlei Cappellari, que já tinha conhecimento do fato, pois conhece bem o trânsito de Porto Alegre, até porque já foi Diretor de Operações de Trânsito por diversos anos, quando o Partido dos Trabalhadores administrava a nossa Capital. Tratei desse assunto, que é providenciar um quebra-molas, um redutor de velocidade, um guard rail nessa área.

Na frente do Colégio Estadual Dr. Glicério Alves, para nossa felicidade, o Dr. Cássio, Secretário Municipal de Obras e Viação, fez uma calçada. Era um pedido que há muito tempo a comunidade e a Diretora Alessandra haviam feito, e, agora, foi executado pela Secretaria Municipal de Obras e Viação, mas a calçada ficou quase na beira da faixa. Então, nós estamos pedindo sinalização na frente do Glicério Alves, que tem 1.800 alunos. Lá na frente do Glicério Alves, Dr. Pujol, meu amigo, V. Exª que conhece tão bem, nós temos 1.800 alunos, e está prestes a acontecer um acidente mais grave, porque acidentes pequenos, Presidente DJ Cassiá, acontecem lá quase que semanalmente, em especial à noite. Naquele colégio, são quase 400 alunos à noite, e para ali nós estamos pedindo uma sinalização. Eu estive, hoje de manhã, com o Dr. Cappellari, para fazer esse apelo. Nós temos diversos pedidos à EPTC, mas eu fui fazer esse apelo pessoalmente, pelos dois fatos muito graves acontecidos naqueles dois locais.

Hoje também tivemos aqui a visita do Padre da Igreja São Jorge, e eu queria, mais uma vez, como tenho muitos amigos e parentes no bairro Partenon, renovar o convite do Padre para a Festa de São Jorge, que já começou e vai até o dia 22 de abril, com missa todos os dias, e mais o almoço nos finais de semana. Eu faço um convite especial àquela comunidade, onde eu tenho alguns amigos, para a Festa de São Jorge, e estaremos lá, se Deus quiser, no próximo domingo, para um almoço naquela belíssima igreja que agrega muitos cristãos.

 

O Sr. Reginaldo Pujol: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mario, V. Exª sabe do carinho que tenho pelo senhor e pelo bairro Belém Novo, foi lá que eu conheci V. Exª, através do nosso comum amigo Frederico Barbosa. Eu pediria a V. Exª, que é um zeloso representante daquele Bairro, cuidando dos mínimos detalhes, que incluísse nas suas preocupações a necessidade de o Município prestigiar aquele Projeto Vela Social, que lá se desenvolve. São abnegados que realizam, e o Município não tem contribuído praticamente com nada, ou muito próximo do nada. Então, V. Exª aqui é o meu representante do Belém Novo, porque eu não me meto naquela área. Cuide do Vela Social, porque V. Exª estará cuidando do próprio Belém Novo.

 

O SR. MARIO FRAGA: Com certeza. Lá, o Sérgio Binato, nosso amigo, é um lutador, está lá todos os dias, de segunda a segunda, fazendo sua luta.

 

O Sr. Dr. Thiago Duarte: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero, publicamente, felicitá-lo, Ver. Mario Fraga, pela eleição do Conselheiro Tutelar, do Elton, que V. Exª estava nominando ontem, e enaltecer a participação que houve na Região Sul e Extremo-Sul da Cidade. Foi uma participação muito efetiva. Nós tivemos candidatos com 1.900, com 1.500 votos que ficaram fora do processo e que estariam eleitos, como os primeiros, em qualquer região da Cidade, o que mostra que a nossa região entende a necessidade do Conselho Tutelar. Salve a vida democrática naquela região!

 

O SR. MARIO FRAGA: Obrigado, Dr. Thiago. A 1ª suplente da nossa composição fez 1.800 votos e ficou na primeira suplência, Dr. Pujol!

Queria também falar da tomada de preços das obras que vão começar lá na Restinga.

 

(Aparte antirregimental do Ver. Reginaldo Pujol.)

 

O SR. MARIO FRAGA: Eu tenho um pedacinho lá, Dr. Pujol! É claro que a obra do hospital já começou, Ver. Pujol, com certeza! Mas, assim como eu tenho em Belém Novo, V. Exª tem uma grande parte na Restinga, o que não é de hoje, e é merecedor de todo o carinho que aquele povo tem por Vossa Excelência. Ver. Reginaldo Pujol, já que começaram as obras do hospital, que foi uma batalha de todos os Governos, mas o que interessa, em especial, para V. Exª, eu tenho certeza, é o bem da comunidade. O hospital da Restinga está andando e, se Deus quiser, vai virar uma realidade.

Eu estive fazendo um passeio, uma pequena inserção, no sábado, na Restinga, e o pessoal está contente que o Centro Popular de Compras vai acontecer. Já foi realizada a obra, já tem um vencedor e vai começar junto com o hospital da Restinga. Então, aquela comunidade que sofre bastante terá, em breve, o hospital, o Centro Popular de Compras e o mais importante ainda... É uma luta de todos os Vereadores, em especial, quando começamos a luta pelo táxi-lotação para a Restinga e para o Belém Novo. Em 1996, V. Exª já defendia o táxi-lotação, como era chamado naquela época, para a Restinga, e eu defendia para o Belém Novo. Agora, graças à atuação de diversos Vereadores da Casa, parece que isso está virando realidade. Eu digo atuação de diversos Vereadores aqui da Casa, porque, nos últimos três anos, eu não estava na Câmara. O processo de lotação para o Belém Novo e a Restinga já está em andamento há bastante tempo, mas evoluiu bastante. Tudo isso, em breve, será uma realidade para aquela nossa comunidade que tanto sofre e não tem alternativa. O Ver. Dr. Thiago está tentando colocar a alternativa da via fluvial. Já fizemos um passeio, seria uma opção para todos nós da comunidade do Extremo-Sul, mas que afetaria também outras comunidades, como Ipanema, Jangadeiros, Usina do Gasômetro e até o Centro.

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Mario Fraga continua com a palavra, a partir deste momento, para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MARIO FRAGA: Obrigado, Sr. Presidente. As coincidências acontecem. Esperamos pelo período de Grande Expediente após o rodízio de todos os 36 Vereadores, e, hoje, ele cabe a mim. Na nossa Bancada, graças ao Ver. Mauro Zacher, nosso Líder, nós também fizemos rodízio para falar em Comunicação de Líder, e hoje é o meu dia. Agradeço à Bancada do PDT por poder usar os cinco minutos do Partido, para fazer um relato sobre as obras que estão acontecendo na cidade de Porto Alegre, através do nosso Governo do Prefeito José Fortunati. Vejam, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, que ninguém mais fala na rótula da Nilo Peçanha. Hoje está fazendo 40 dias da obra da Nilo Peçanha, e ninguém, graças a Deus, fala mais, porque, quando falam, falam mal. A obra que o Prefeito Fortunati teve a coragem de implementar nesta Cidade, tirando a rótula da Nilo, eu mesmo não conseguia enxergar aquele trecho sem a rótula, mas hoje está funcionado, e o monitoramento da EPTC também tem ajudado bastante. Então, eu queria saudar mais uma vez essa obra que entrou para a história da Cidade, devido à coragem do Prefeito Fortunati, dos técnicos da EPTC e do Secretário Cássio Trogildo.

Eu queria fazer também um relato das obras para a Copa do Mundo de 2014 que já estão no papel, pois foi assinado um empréstimo de R$ 130 milhões para o início dessas obras em Porto Alegre. Um trecho da Avenida Beira-Rio já está executado, estando prevista a continuidade da obra para o segundo semestre deste ano. Também tem o projeto de duplicação da Avenida Tronco, que é uma obra muito importante para a comunidade de toda a Zona Sul. Por que é que ainda não evoluiu a obra na Avenida Tronco? Porque temos problemas lá, Ver. DJ Cassiá - que tem uma atuação brilhante naquela região -, com as desapropriações que ainda estão em negociação. Mas, se Deus quiser, Ver. DJ Cassiá, nós vamos conseguir resolver essa situação, e a Avenida Tronco será duplicada, será quase uma freeway dentro da nossa comunidade, facilitando os deslocamentos de que nós, do Extremo-Sul, tanto necessitamos, para ir e vir todos os dias, será uma nova via de escoamento. Tudo isso em parceria com o Governo Federal, através do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC, iniciado no Governo Lula e que continua no Governo Dilma.

Também o sonho do Cais Mauá, que vai transformar o Centro da Cidade num lindo cartão-postal, começa a se tornar realidade, com o início das obras previsto para o final do ano.

Tem também a Frente Parlamentar da Copa instalada aqui na Casa, em que o PDT está muito bem representado pelo Ver. Tarciso José de Souza. Com certeza, Vereador, V. Exª está no lugar certo, pois conhece a realidade dos fatos da Cidade e também o que acontece num estádio de futebol, o que acontece numa Copa do Mundo. Então, estamos bem representados pelo Ver. Tarciso, na Frente Parlamentar da Copa.

Por último, eu queria dizer que o “x” da Rodoviária é um problema que a gente enfrenta cujo fim está quase virando realidade, Ver. DJ Cassiá. Na Rodoviária de Porto Alegre, todos os dias, infelizmente, ainda mais agora, que estamos com a obra do Túnel da Conceição, temos engarrafamentos, pela manhã e pela noite. Mas agora, com os obras do PAC e com uma elevada que será construída na Rodoviária, terminarão os nossos problemas, e a cidade de Porto Alegre, no Governo Fortunati, mudará para melhor. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ADELI SELL: Meu caro DJ Cassiá, na presidência dos trabalhos; colegas Vereadores, Vereadoras, coube a mim hoje falar em nome da Liderança do meu Partido, o Partido dos Trabalhadores. Eu fico pasmo que o Ver. Nedel tenha pinçado uma frase do Governador e feito esse bafafá aqui da tribuna. Como se não bastasse isso, pinçou uma frase dita numa atividade e fez um vínculo do Partido dos Trabalhadores com as FARC. Todos nós sabemos quem são as FARC, que são responsáveis pelos seus atos noutro país, assim como não somos responsáveis também pelos atos do Governo Chávez ou seja de quem for. Nós temos, sim, relações comerciais com a Venezuela, temos respeito pela independência e autonomia de seu povo, como deixamos claro no episódio Irã que nós respeitamos o povo. Nós aqui deixamos claro que questionávamos o processo eleitoral no Irã e não é agora que vamos aceitar que venham aqui achincalhar o Governador e o Partido dos Trabalhadores por causa de uma frase sobre maconha. E mais: se o Ver. Nedel quiser, eu posso explicar as diferenças fundamentais entre a maconha, a coca, o crack e algo que é muito mais pesado do que isso, muito mais maléfico, que é a chamada merla. Nós sabemos a que interesses serve a indústria da droga no Brasil. Na verdade, os consumidores são vítimas, os entregadores - vaporzinho da ponta - são vítimas também, e quem ganha com isso são os ilícitos pelo mundo afora. Então, eu considero que, com isso, eu respondo à provocação feita aqui.

Agora, eu gostaria de, por exemplo, discutir as questões da nossa Cidade. Sim, eu queria discutir qual a política de combate à drogadição que existe na cidade de Porto Alegre. Eu gostaria de discutir qual a política de assistência social que é feita em Porto Alegre, para o enfrentamento dos drogaditos que perambulam pelo bairro Floresta. Ou eu queria saber qual é a política para o ajuntamento de pessoas drogadas, moradoras de rua, altamente alcoolizadas, no Centro de Porto Alegre e na Av. Ipiranga, para dar dois exemplos. Essas são as respostas que eu gostaria de ouvir de Vereadores.

Muitas vezes, nos foi cobrado aqui que fazíamos debates que mais pareciam o Parlamento federal. Pois eu quero dizer o mesmo: aqui nós temos que discutir a cidade de Porto Alegre e suas mazelas. Agora, posso ir mais adiante com outros problemas. A Cidade está tomada de lixo. O Ver. Cecchim, eu sei, ele me avisou, vai usar a tribuna. Se ele me comprovar – aparentemente, ele vai me deixar a comprovação – que o DMLU multou a empresa, eu retiro a acusação de prevaricação. Mas quero dizer que vou continuar cobrando o recolhimento do lixo na cidade de Porto Alegre, é preciso cumprir o contrato cem por cento. Se foi multado, como está constando no documento que ele deixará para mim, eu considero respondida a questão, porque não serei irresponsável de manter uma acusação de que, na verdade, o órgão público tomou uma, duas ou três atitudes, mas a Cidade está tomada de lixo. Eu, por exemplo, ontem, domingo, mandei seis fotos, Ver. Comassetto, apenas da Rua Mariano de Matos. Não são focos de lixo, são seis lixões naquele pequeno espaço da Rua Mariano de Matos, para citar um exemplo. Mas posso dizer, para concluir, que sempre tem um lixão atrás do Theatro São Pedro, todos os dias, no Centro de Porto Alegre, porque o caminhão não passa na hora que tem passar e, quando passa, está tudo espalhado, e os garis acabam não recolhendo. Eu quero, sim, que me respondam a essas questões que dizem respeito ao cotidiano de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, depois de ouvir por mais de vinte minutos o Ver. Mario Fraga com um belo pronunciamento e, depois, a manifestação do ilustre Presidente do Partido dos Trabalhadores, em nome do seu Partido, nesta tarde, muita coisa tem que ser dita. Então não pensem que é omissão minha não rebatê-lo no que diz respeito ao trabalho do Departamento Municipal de Limpeza Urbana, tarefa que não é minha, eu não sou da base do Governo, e já está anunciado que o Ver. Idenir Cecchim irá fazê-lo. Eu só mantenho o que disse anteriormente. Ele, num bom momento, até com reflexão, quer retirar a expressão “prevaricação”, que foi o que me trouxe à tribuna outro dia, para verberar contra essa afirmação que era injusta, inoportuna, inadequada e absolutamente fora do contexto. No resto, Sr. Presidente, quanto à atuação, em si, do DMLU, eu deixo a cargo do meu amigo Idenir Cecchim, já anunciado para fazer a devida colocação sobre o assunto. Isso fica muito adequado à minha posição de defender esta Casa. Não tolero a omissão irresponsável, nem tampouco a injustiça da acusação exagerada, como aqui, no meu entendimento, ocorreu no caso.

Com relação à manifestação do Ver. Mario Fraga, eu tenho não um reparo a oferecer, eu tenho uma colocação a aditar ao que o ilustre Vereador falou acerca do deslanche de várias obras da Copa em função da assinatura, por parte da Prefeitura Municipal, de um contrato com a Caixa Econômica Federal na ordem de 130 milhões de reais. Eu entendo que esse contrato já deveria ter sido celebrado anteriormente, e é preciso que se dê celeridade aos procedimentos absolutamente indispensáveis que têm que ocorrer numa matéria dessa ordem, expressamente contidos na Lei das Licitações. Eu só vou fazer uma comparação com os dados que recolhi da imprensa de Porto Alegre, do informativo da SECOPA, constante da Internet, e da palestra que foi feita aqui pelos Srs. Secretários, alguns dias atrás, pois eu vejo alguns desencontros muito importantes. Todos nós, que queremos que Porto Alegre seja uma grande sede da Copa do Mundo, estamos comprometidos em auxiliar o Município nessa tarefa. Isso nos coloca uma responsabilidade dupla. Primeiro, não podemos fazer a crítica pela crítica; segundo, não podemos calar diante de determinadas circunstâncias que possam, eventualmente, estar comprometendo o objetivo.

Então, Ver. Tarciso, V. Exª que me acompanha na Comissão Especial da Copa do Mundo de 2014, responsável pela área do esporte, do lazer, da recreação, bem vinculada a sua atuação de uma vida toda, sabe da nossa preocupação com alguns fatos, porque, evidentemente, nós não desconhecemos a realidade do cotidiano administrativo neste País. A Lei das Licitações é excelente no sentido de buscar a regularidade dos procedimentos públicos, mas eu não poderia dizer a mesma coisa no que diz respeito à celeridade na resposta aos anseios populares. Às vezes, existem prolações, protelações, enfim, adiamento de soluções de situações que já deveriam ter sido encaradas. Eu enquadro nesse contexto as obras contidas no projeto do esforço para qualificar Porto Alegre de forma adequada a ser uma sede à altura do magno acontecimento esportivo que irá se desdobrar na Cidade, no ano de 2014. Era isso, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. DJ Cassiá; eu venho pedir um minuto de silêncio pelo falecimento do Sr. Adonis Viñolo, pai de uma grande liderança comunitária nossa, Conselheira Municipal de Assistência Social e, também, do nosso Orçamento Participativo, liderança de Belém Velho. Então, pelo falecimento do Sr. Adonis Viñolo, em nome desta Casa, peço um minuto de silêncio.

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Deferimos o pedido.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Presidente DJ Cassiá, vejo que V. Exª voltou com “toda a corda” e boa saúde! Sras Vereadoras, Srs. Vereadores; o Ver. Adeli Sell ocupou a tribuna há pouco. Como nós estamos aqui para justificar e esclarecer, ele fez muito bem, quando eu lhe disse que ele deveria retirar a palavra “prevaricação” com relação ao Diretor do DMLU, porque as providências, comprovadamente, estão aqui. E o Ver. Adeli Sell o fez, e eu me sinto já satisfeito com a retirada da palavra “prevaricação”, pois o Vereador entendeu que a Direção do DMLU cumpriu com o seu dever, multando a empresa Qualix em 508 mil reais; a Construrban em 145 mil reais; a Cootravipa, limpeza urbana, em 9 mil e 439 reais; a Delta, capina de vias públicas, em 2 mil e 96 reais; e a Delta, coleta especial, em 734 reais. Cada uma por não ter cumprido com os itens que constavam no contrato. Por isso, Ver. Reginaldo Pujol, quanto ao seu pedido, na semana passada, no sentido de que o Vereador não deveria usar a palavra “prevaricação”, ele mesmo retirou. Quero cumprimentá-lo pela sua antevisão e garantir que podemos ter defeito nesses setores, particularmente no DMLU, mas nós temos uma Direção séria, que zela pelos recursos públicos.

Nós temos, no DMLU, também, eu tive a oportunidade de ver, para fiscalizar os roteiros dos caminhões, um GPS moderno, que mostra a hora e a rua no momento exato em que o caminhão está passando. Não há necessidade de colocarmos um batalhão de fiscais. Os nossos grandes fiscais são a população, e a fiscalização dos caminhões e dos roteiros, hoje em dia, é bem mais moderna do que antigamente. Faz-se com GPS, com hora, local, quando o caminhão para, se ele passa reto, se dá uma volta, se dá marcha à ré, tudo é controlado de dentro do DMLU, não há necessidade de colocarmos um batalhão de fiscais. Nós todos queremos um serviço bem feito. Às vezes, foge um pouquinho, mas o que se está fazendo é um trabalho de competência e de fiscalização muito bem feito. Só para se ter uma ideia, Ver. Haroldo de Souza, na época do Governo do PT, só para fazer uma comparação, recolhiam-se 50 toneladas/dia de lixo reciclável; hoje, recolhem-se cem toneladas/dia. Só no galpão da Dona Marli, na Vila Pinto, o Ver. Adeli Sell tem facilidade em saber quanto chega, como sai, quantas cargas chegam, enfim, ele sabe que se leva muito mais produto reciclável do que se levava antes. Então, eu queria deixar bem claro que, no DMLU, há muita seriedade, sim, senhores. Pode haver alguma falha, mas está-se tomando providência em relação a cada uma das falhas que se notam. É obrigação nossa cobrar, mas é obrigação de todos os nossos colegas, também, levar a verdade para a população, principalmente quando se trata da seriedade e competência da Direção de um órgão tão importante como é o DMLU. Este assunto, para mim, já está encerrado, e eu vou deixar os documentos com o Ver. Adeli Sell. Ele mesmo já tomou providências, e eu não poderia esperar outra coisa senão essa atitude que o Vereador tomou de retirar a palavra “prevaricação”, que era muito pesada, inadequada e, certamente, não será necessária quando se tratar da atual Direção do DMLU. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. DJ Cassiá; é uma alegria ver V. Exª de volta a esta Casa. Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores; não é novidade para ninguém que nós temos uma CPI funcionando nesta Casa, que procura investigar problemas havidos na Secretaria da Juventude, no ProJovem. Também não é novidade que, como duas pessoas importantes de serem ouvidas se negaram a vir prestar depoimento, nós fizemos uma solicitação, via judicial, de acordo com o que manda o nosso Regimento, para que essas pessoas pudessem ser convocadas a partir do Judiciário. Nós recebemos agora uma resposta, Ver. Elói Guimarães, que deve servir não apenas para esta Comissão que é presidida por mim, mas também para outras Comissões que, no futuro, vão se instalar aqui na Casa. O Juiz negou a possibilidade de nós fazermos a convocação via judicial. Isso serve para que nós possamos alterar o nosso Regimento, porque, se nós não pudermos fazer esse pedido para a Justiça, então, nós devemos retirar do nosso Regimento essa possibilidade que lá está estampada: depois de duas convocações não atendidas, nós poderíamos fazê-las através da Justiça, através do Judiciário. Mas o Juiz disse que não pode ser assim.

 

(Aparte antirregimental.)

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sim, ele diz que, como as CPIs têm poder de polícia, elas podem, sim, trazer sob vara, não precisa passar pelo Judiciário. Nós podemos pedir à Brigada Militar que nos ajude a fazer com que aquela pessoa que não quer vir prestar depoimento venha à força. Então, se por um lado é ruim, Ver. João Dib, porque o nosso Regimento nos induz a uma coisa que é impossível de ser feita, que não deve ser feita, por outro lado, eu acredito que nós devemos alterar este Regimento, porque nós podemos aqui, como Vereadores que estão formando uma Comissão Parlamentar de Inquérito para fazer investigações, se alguém não quiser vir depor, acionar a Brigada Militar para que, através dela, essa pessoa venha prestar depoimento. E é isso que nós vamos fazer na nossa Comissão Parlamentar de Inquérito. As duas pessoas que não quiseram vir prestar depoimento, de acordo com a orientação que estamos recebendo do Judiciário, serão comunicadas, de forma imediata, de que serão trazidas sob vara. Nós vamos fazer um contato com a Brigada Militar para que isso se torne possível da maneira mais imediata, para que essas pessoas venham e prestem seus depoimentos aqui na Casa. Às vezes, a pessoa não quer vir por “n” motivos, mas nós, que estamos fazendo a investigação, precisamos ouvir as pessoas. Não é que as pessoas sejam culpadas de alguma coisa, mas, às vezes, elas não querem vir para não se incomodar perante uma Comissão Parlamentar de Inquérito. Acontece que nós, da Comissão Parlamentar de Inquérito, precisamos ouvir essas pessoas.

Agora, tem um comunicado do Judiciário no sentido de que nós podemos fazer isso diretamente, buscando a ajuda da Brigada Militar, para que as pessoas venham ao plenário. E é claro, elas podem vir ao plenário e não quererem falar absolutamente nada! Nós não podemos forçar as pessoas a falarem, elas podem vir aqui e ficar em silêncio. É claro que isso vai ser utilizado contra elas, mas é um direito que tem qualquer pessoa que venha prestar depoimento o de vir aqui e não falar absolutamente nada. Mas eu acredito que não será assim, acho que vamos conseguir, realmente, ouvir todas as pessoas que são necessárias para esclarecimentos nesta CPI.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. DJ Cassiá; no seu retorno, queremos saudá-lo; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, nossa Bancada de oposição, nossa Liderança - Ver. Mauro Pinheiro -, todos os que nos assistem neste momento; em primeiro lugar, quero fazer o registro do balanço dos 90 dias de Governo, tanto do Governo Dilma como do Governo Tarso, e dos respectivos índices de aprovação que são enaltecedores. Sabemos que os desafios são enormes, que tanto o Brasil como o Rio Grande têm muito a fazer, mas é importante comemorar este singular momento da vida e da história do Brasil, porque estamos galgando degraus, estamos subindo patamares, e esses governantes estão produzindo, na política e na sociedade, um importante desenvolvimento, um importante crescimento para o País e para o Estado. Isso não é pouco significativo depois de períodos que passamos de grandes conflitos, de dificuldades, e, quando se consegue produzir uma maioria política que tem o compromisso de dar homogeneidade e conduzir o Estado e o País de forma a poder produzir, e esse produto ser resultado para a maioria do nosso povo, isso é muito melhor.

Também não posso deixar de falar aqui sobre o lamentável episódio da última quarta-feira, Ver. Oliboni, que foi aquela brutal chacina no Rio de Janeiro e que tem tido uma superexploração por parte da grande mídia, em especial pela emissora de maior audiência no País. As pesquisas e os debates em todo o entorno procuram identificar as causas e as razões de uma pessoa “do mal” ter feito aquilo. Pois bem, ninguém tem dúvida que aquilo é uma mente doente, um psicopata, e não cabe buscar as razões, porque parece bastante simples entender e explicar essa situação advinda de uma mente doentia, de um psicopata.

Agora, qual é o problema na origem, Jakubaszko, o senhor que me assiste com muita atenção? É que nós tivemos recentemente um debate sobre a questão do armamento no Brasil, e, para mim, é aí que está a questão de fundo. E esse debate se tornou um debate de natureza completamente torta, em que aqueles que, como eu, queriam o desarmamento do País, foram atacados de maneira muito vil. Por quê? Porque não tem como construir paz social, não tem como evitar que armas caiam em mãos erradas, em mentes doentias - o que pode acontecer a qualquer momento e em qualquer lugar -, se continuar a haver vendas, contrabandos e toda situação de armas que se tem. Hoje, a terceira maior quantidade de mortes no País - inclusive de pessoas que são doadoras de órgãos, nesta semana, tivemos um debate sobre isso aqui na COSMAM - são homens vítimas de projéteis, homens vítimas de bala. Portanto, homens vítimas de tiro. Vem depois do AVC, do acidente de trânsito. Então, eu vou retomar este assunto: o Brasil precisa passar por um desarmamento. Todos têm que entregar as armas, porque esse é um caminho para a diminuição...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, DJ Cassiá; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu acompanhei aqui a análise e a manifestação do Ver. Luiz Braz, no que diz respeito a procedimentos e processos que envolvem as Comissões Parlamentares de Inquérito. Eu até pretendia, Ver. Luiz Braz, analisar a matéria sob outro enfoque, para que algumas conclusões se retirassem das posições que ora se tomam a favor e contra as Comissões Parlamentares de Inquérito, mas deixarei para outra oportunidade. Vossa Excelência coloca que as disposições inseridas no nosso Regimento e, de resto, no Regimento da Assembleia e no Regimento do Congresso Nacional têm assento na doutrina, ou seja, as Comissões Parlamentares de Inquérito têm mecanismos e disposições próprias do Judiciário. Não significa dizer que elas substituam o Judiciário, mas podem ir ao Judiciário. Veja V. Exª que, quando o próprio Judiciário opera na sua ação jurisdicional, ele busca os recursos da própria força, para o cumprimento de determinado das medidas. Eu entendo até que a decisão do Juiz poderia ser agravada, é algo que, posteriormente, pode ser examinado. Mas eu entendo que o Juiz, ao assim se manifestar, entendeu que houvesse um procedimento anterior que é o procedimento da Casa. E este procedimento da Casa tem conteúdo administrativo no sentido de buscar junto à autoridade policial - veja V. Exª -, autoridade policial e não autoridade judicial, através da expedição de um mandado, um chamado, um convite da Comissão para que traga, sob vara - é da doutrina, disposto em regras internas, da interna corporis, mas que têm assento nos próprios códigos que regem a matéria no campo judicial -, a pessoa indiciada. Isso desde que devidamente comprovada - medidas que V. Exª, na qualidade de Presidente da Comissão, deverá tomar -, com todas as precauções, a certeza da Comissão de que, efetivamente, o convidado esteja se escusando de comparecer. Mas ainda continua sendo um expediente de ordem administrativa, dirigido à autoridade policial, quando, comprovadamente, não comparece o convidado para prestar os esclarecimentos necessários, porque, do contrário, se derrubariam toda uma legislação, toda uma doutrina e jurisprudência dos nossos tribunais, que permitem que as Comissões Parlamentares de Inquérito tenham, efetivamente, os poderes próprios - não é o poder do Judiciário -, mas poderes semelhantes, próprios, no que...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Paulinho Rubem Berta está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PAULINHO RUBEM BERTA: Sr. Presidente, Ver. DJ Cassiá; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, todos que nos assistem; venho à tribuna hoje, primeiro, para parabenizar o ato democrático que aconteceu na nossa Cidade, que foi a eleição para o Conselho Tutelar. Fiquei um pouco triste pelo número de votantes, pessoas que saíram de casa para votar, a quem agradeço; triste pelo número ter caído muito em consequência das mudanças que aconteceram nas regras no jogo, mas talvez tenha sido necessário fazer isso. Parabenizo todos os candidatos eleitos na cidade de Porto Alegre, desejo um bom trabalho, desejo que cuidem, como devem, das nossas crianças, para que todos respeitem o direito delas. Também parabenizo os que não foram vitoriosos, mas que podem se considerar vitoriosos, porque participaram de um pleito, participaram da democracia e são pessoas que estão, realmente, comprometidas com o sistema do Conselho Tutelar na nossa Cidade. Quero aqui deixar o meu agradecimento e o meu reconhecimento a essas pessoas.

Também venho aqui para dizer que, no último dia 5, visitei a Escola de Ensino Fundamental Divino Mestre, na Vila Bom Jesus, e me surpreendi muito. Fui lá para colher informações, pois temos um Projeto de Lei tramitando na Casa sobre o Amor Exigente, da Associação Porto-Alegrense de Amor Exigente – Apaex. É um Projeto que vai trazer para as nossas escolas, para as nossas crianças, para as nossas famílias e para o nosso dia a dia - se Deus quiser, vai ser aprovado - uma maneira nova, um outro objetivo, sem forçar, sem nada. Eu estive lá, na Escola de Ensino Fundamental Divino Mestre, onde está sendo implantado esse Projeto, colhendo informações. Quero agradecer a atenção recebida do corpo de funcionários, das educadoras, das professoras, da Diretora Fabiana Brum Martins, uma excelente pessoa, de uma capacidade fantástica, uma pessoa que está realmente preocupada em fazer com que os nossos baixinhos tenham uma orientação correta, muita educação e muita responsabilidade. Foi isso o que consegui perceber lá: organização, respeito, educação, comprometimento com a família, com o próximo, com a Cidade - é isso que estão passando lá. Para mim, foi uma grata surpresa, pois estamos tentando aprovar esse Projeto na Casa. Os alunos nos receberam, inclusive, tiramos algumas fotos - uma foto muito bonita - com eles lá na Escola de Ensino Fundamental Divino Mestre. Está aqui a foto que mostra os alunos me recebendo com gentileza, com educação, com comprometimento. (Mostra fotografia.) Todos quiseram opinar e todos puderam opinar, gravamos um programa. Olha, Verª Fernanda, como é bom quando a gente vê essas coisas boas! Eu vejo um exemplo, no Rio de Janeiro, que não gostaria de ter assistido, nem escutado, nem visto pela televisão, que nos entristece, deixa a Nação entristecida, chorando, de luto, preocupada. Embora eu pense que tenha sido um episódio isolado, não poderia ter acontecido. Quando eu vou na Vila Bom Jesus, que muitos falam, comentam, mas que tem uma escola como a Divino Mestre, com uma qualidade dessas, eu só posso ir para casa agradecido. Entristecido pelo fato ocorrido no Rio de Janeiro, mas muito feliz e muito orgulhoso por ter pessoas da competência do grupo de professores, educadores, funcionários e colaboradores da Escola Divino Mestre. É fantástico! Em plena Vila Bom Jesus, eu aconselho quem quiser visitar, tenho certeza de que serão bem recebidos. A escola é muito organizada, possui uma higiene fantástica, uma alimentação perfeita. O carinho com que as professoras e educadores estavam tratando as crianças lá me chamou atenção. Eu tenho certeza absoluta de que mais de 90% das nossas escolas em Porto Alegre são desse quilate. Falta muito para a cidade de Porto Alegre avançar na questão da educação, mas já avançou bastante, a qualidade que tem é fantástica.

Então, fica aqui o meu agradecimento a todos da Escola Divino Mestre, da Bom Jesus. É fantástico o trabalho que é desenvolvido lá, essas pessoas têm que ter seu trabalho reconhecido, pois, se a nossa Cidade está progredindo, é porque tem alguém trabalhando nessa questão. Por isso o meu agradecimento a todos os educadores, colaboradores, pais e alunos por esse atendimento. Muito obrigado, que Deus conserve vocês, e continuem trabalhando dessa maneira, que nós teremos uma cidade muito melhor logo ali adiante. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon – às 16h34min): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

DISCUSSÃO GERAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 1193/09 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 007/09, de autoria do Ver. Luiz Braz, que altera os §§ 2º e 3º e revoga o § 4º do art. 56 da Resolução nº 1.178, de 16 de julho de 1992 – Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre –, e alterações posteriores, dispondo sobre o encaminhamento das proposições, em caso de análise aos pareceres às contestações. Com Emenda nº 01 e Subemenda nº 01 à Emenda nº 01.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Mauro Zacher: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CUTHAB. Relator Ver. Paulinho Rubem Berta: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.

 

Observações:

- discussão geral nos termos do art. 126 do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia em 22-03-10.

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Em discussão o PR nº 007/09. Informo aos Srs. Vereadores e Sras Vereadoras que eu havia anunciado a primeira discussão quando foi solicitada verificação de quórum, e a discussão não foi aberta. Portanto, ela deve acontecer hoje.

O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para discutir o PR nº 007/09.

 

O SR. PEDRO RUAS: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; nós poderíamos, Verª Fernanda Melchionna, começar este debate com um conceito singelo de democracia, que é a forma de governo em que todos são respeitados, têm voz e vez. Todos, não apenas a questão da maioria numérica. A democracia é isto: é o sistema através do qual todos, Ver. Todeschini, são respeitados, têm voz e vez. E eu tenho, Ver. Luiz Braz, por V. Exª uma amizade de quantos anos? E o respeito? Pelo mesmo período. Mas este Projeto que estamos debatendo, eu digo e garanto aos senhores e às senhoras que ele é ruim para qualquer minoria, em qualquer tempo, na Casa. E aqui fala um Vice-Líder da oposição, que já foi Líder da oposição, Verª Fernanda! Hoje somos minoria, mas podemos não ser no futuro. Quem é minoria terá prejuízos, Ver. Elói Guimarães, Presidente da CCJ, gigantescos com a aprovação deste Projeto. O que propõe o Projeto? Que a maioria da CCJ - a maioria, e não mais a totalidade - pode impedir, definitivamente, a tramitação de um projeto de lei. A maioria, não mais a totalidade! Ora, por óbvio, qualquer Governo, seja municipal, seja estadual, seja federal, tem maioria nas Comissões de Justiça; qualquer Governo. Não existe nenhum Governo que não tenha a maioria na Comissão de Justiça! Nunca houve, Ver. Bernardino, e nunca haverá! Portanto, se há uma regra através da qual a maioria sepulta um projeto, e não mais a totalidade, como vige hoje, nós teremos, na prática, a impossibilidade de tramitação de projetos da oposição. Esta oposição ou qualquer outra, Ver. Braz! Esta ou qualquer outra! V. Exª já foi oposição na Casa, ou é independente, pelo menos, mas sabe muito bem que este Projeto só serve a quem é Governo, não serve à democracia. A democracia, que dá voz e vez a todos, a democracia, que não é, simplesmente, a ditadura da maioria, a democracia é o sistema da oportunidade e respeito para todos, essa não é servida, nas palavras do Ver. Braz, não é homenageada pelo Projeto. O que nós temos aqui, pura e simplesmente, é uma definição de que projetos que não sejam de autoria da maioria não tramitarão! Não é possível que isso sirva à Casa. É claro que a intenção do Ver. Luiz Braz é boa, e isso eu não estou discutindo. A intenção, por certo, é trazer um número menor de projetos que tenham, entre aspas e talvez, uma impossibilidade real de tramitação. Mas, na prática, Ver. Braz, o Projeto traz essa armadilha terrível que beneficia, somente e apenas, as bases de governo de qualquer governo. Na Assembleia Legislativa, hoje, há alguns Partidos que são oposição agora e, há quatro, cinco meses, eram situação. Como muda a vida! Tem alguns, Ver. Braz, que nunca são oposição, nunca! Podem até perder a eleição, mas nunca são oposição! É uma característica, não estou criticando, só estou constatando: tem alguns que não se adaptam a ser oposição. Não se adaptam, é difícil, não é simples, eu compreendo. Discordo e compreendo! Mas tem alguns que são oposição, já foram situação, serão oposição, serão situação. Os Partidos mais normais, digamos, que podem estar numa posição, ou na outra. Pois bem, nada é mais parecido com a situação do que a oposição no Governo.

Então, o que temos aqui, Ver. Braz, é uma armadilha no presente e no futuro. Aos que hoje são oposição, este Projeto impede de apresentar projetos, na prática - basta a maioria não querer que tramite, não mais a totalidade. Aos Vereadores da oposição, no futuro, cuidado! A sua tarefa legislativa será bastante diminuída. Se considerarmos que a tarefa de fiscalização já não é tão prestigiada, eu não sei como ficarão os Edis de hoje e do futuro em Porto Alegre. Muito cuidado com este Projeto! Nós temos que, respeitosamente, rejeitá-lo. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PR nº 007/09.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Verª Sofia Cavedon, Presidente desta Casa; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores; meu querido amigo, Ver. Pedro Ruas, V. Exª está afirmando, então, que, lá no Congresso Nacional, na Comissão de Constituição e Justiça, que analisa a constitucionalidade de projetos e não vota pela totalidade, e sim pela maioria, há uma armadilha para que as oposições não passem projetos? Que acontece isso lá? Ver. Pedro Ruas, o que não é justo é nós mantermos assim a Comissão de Constituição e Justiça, que deve ser uma comissão técnica, e não política, na Casa, tanto que, para lá, devem ser mandados os Vereadores da Casa, e V. Exª presidiu essa Comissão. Vossa Excelência acredita que, nessa Comissão, quando se está analisando a constitucionalidade dos projetos, apenas um voto resolva o prosseguimento ou não do projeto? Pelo amor de Deus! Aí não precisa de Comissão, não precisa analisar a constitucionalidade na Casa. Para que a Comissão, se um voto só já faz prosseguir? Eu quero que V. Exª me cite um projeto apenas que não prosseguiu, porque a Comissão discutiu de uma forma técnica e votou pelo não prosseguimento. Todos os projetos passam por lá e vão para a Casa. São os projetos mais inconstitucionais do mundo que preenchem espaço aqui na Casa, e isso poderia ser discutido e visto na Comissão de Constituição e Justiça, que é quem tem, na verdade, a capacidade - assim como acontece no Congresso Nacional e, acredito, na Assembleia Legislativa - para vetar projetos inconstitucionais. Aliás, já deveria ser missão da Mesa, mas nem sempre a Mesa, até por motivos políticos, quer arcar com o ônus de vetar a tramitação de um projeto. Então, todos os projetos vão para a Comissão de Justiça. Agora, o que não é justo, Ver. Pedro Ruas, é que a Comissão de Constituição e Justiça exista, e sua missão principal seja apontar inconstitucionalidade de matérias. E V. Exª sabe disso, V. Exª é um dos homens mais sábios no campo jurídico, nesta Casa. Ora, para que existir essa Comissão, se nós estamos decidindo que apenas um voto já faz os projetos prosseguirem? São sete Vereadores na Comissão, praticamente todos os Partidos têm representantes na Comissão de Constituição e Justiça, Ver. Tessaro. Aí, nós estamos enganando as pessoas, porque todas as proposições tramitam.

O que nós queremos, Ver. Pedro Ruas, não é, inclusive, maioria, porque a maioria seria o voto de quatro Vereadores. Nós estamos querendo uma maioria absoluta, que é o voto de cinco Vereadores. Cinco Vereadores é que vão decidir, lá na Comissão, se um projeto vai prosseguir ou não. E eu estou aumentando de um para dois os votos capazes de fazer o projeto ter prosseguimento na Casa - de um para dois. Eu acho que não é uma demasia, Ver. Pedro Ruas. Eu tenho certeza absoluta de que V. Exª, com a sabedoria que tem, conhecendo mais profundamente este Projeto, vai nos apoiar.

 

O Sr. Pedro Ruas: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Só para registrar, sem atrapalhar o tempo de Vossa Excelência. Na matemática, seria de um para três, porque, sendo cinco, com dois contrários, seria vetado.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Um para dois!

 

O Sr. Pedro Ruas: Dois não adiantam.

 

O SR. LUIZ BRAZ: São sete.

 

O Sr. Pedro Ruas: Mas, se cinco forem pela não tramitação, não tramitará.

 

O SR. LUIZ BRAZ: De acordo com o Projeto, dois Vereadores - e não mais um - é que vetariam o prosseguimento do projeto. Dois seriam capazes de vetar.

 

O Sr. Pedro Ruas: Se o Projeto diz que é a maioria absoluta, que são cinco...

 

O SR. LUIZ BRAZ: Mas dois seriam capazes de vetar - dois Vereadores. Nós estamos aumentando de um para dois. E, se a nossa matemática, que foi bem calculada com os técnicos da Casa, estiver equivocada, vamos colocar numa redação melhor, porque não é justo, Ver. Pedro Ruas...

 

O Sr. Pedro Ruas: Eu não estou nem sugerindo, apenas...

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sim, sim! Mas porque não é justo, Ver. Pedro Ruas, que hoje a Comissão de Constituição e Justiça praticamente não tenha esse condão de vetar projetos.

 

O Sr. Pedro Ruas: Agradeço.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Com um Vereador apenas votando e capacitando o projeto para tramitar na Casa, acredito que nós tiramos totalmente a função da Comissão de Constituição e Justiça. O que nós queremos é dar um pouco de força para a Comissão de Constituição e Justiça, para que ela possa realmente exercer a sua função de discutir a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade de projetos. Ver. João Dib, acho que nós estamos dando para a Comissão de Constituição e Justiça a condição de exercer a sua função real, porque, hoje, ela não tem função, Vereador! Hoje é impossível algum projeto ficar lá na Comissão, porque é inconstitucional. Todos os projetos tramitam, e eu acho que não pode ser assim. Acho que o Ver. Elói Guimarães, o Ver. Pedro Ruas e os Vereadores que já passaram e que vão passar pela Comissão devem ter essa força para fazer com que as proposições inconstitucionais não continuem a tramitar na Casa. Essa é a função desse Projeto e essa é a discussão que se está querendo fazer. Queremos aumentar, de um para dois, os Vereadores capazes de fazer com que o projeto não tramite por ser inconstitucional.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O nosso Prefeito Municipal quer vir aqui na quarta-feira, estava negociando horário, para trazer o Projeto da Secretaria Especial dos Direitos dos Animais. Então, já aviso o conjunto dos Vereadores de que, às 11 horas de quarta-feira, o Prefeito Municipal estará conosco.

A Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir o PR nº 007/09.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Srª Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores; eu tenho acompanhado a tentativa do Ver. Luiz Braz, desde a época em que eu participava da CCJ, de fazer uma discussão sobre esse Projeto e de trazer a intenção apenas jurídica na manutenção dessa nova formatação. Ora, Sras e Srs. Vereadores, esta é uma Casa política e, como participante da CCJ, não sendo advogada, não sendo da área do Direito, aprendi muito e vi, ali na Comissão, vários pareceres da Procuradoria da Casa serem contestados pelos membros da CCJ – contestados! Parece-nos que a Procuradoria da Casa tem um arcabouço jurídico maior, digamos assim, do ponto de vista da pesquisa, da legislação, para dar uma orientação para os Vereadores. Inúmeras vezes, projetos foram ali votados pelo mérito e não pela condição técnica apresentada, até mesmo quando a Procuradoria sinalizava questões técnicas, pontuais de determinados projetos. Então, me parece que essa tentativa de ter uma maioria absoluta na Comissão vai piorar a possibilidade de apresentação dos projetos.

 

O Sr. Luiz Braz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Maria Celeste, ouço com muita atenção V. Exª, só que nós estamos dividindo as funções. A Procuradoria orienta a Mesa, ela não tem força de decisão, tudo aquilo que a Procuradoria faz não tem força de decisão. A Comissão de Constituição e Justiça não, é diferente, essa tem força para decidir sobre a tramitação ou não dos projetos. É por isso que nós estamos colocando lá - e não na Procuradoria - essa missão.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Mas a própria Procuradoria, Ver. Luiz Braz, também tem força, indicando as questões constitucionais, e, muitas vezes, os Vereadores fazem emendas, reformulações nos seus projetos para adequar àquela questão técnica apresentada pela Procuradoria. E, mesmo com a adequação técnica já necessária naquele projeto, a Comissão de Constituição e Justiça, muitas vezes, decidiu que não deveria ser votado aquele determinado projeto, não deveria ter um parecer por questões técnicas. E eu quero dizer para os Srs. e Sras Vereadoras que a maioria dos Vereadores que compõem a Comissão de Constituição e Justiça são do Governo, há apenas um Vereador de oposição nessa Comissão. E quero dizer também, com muita tranquilidade, que, diversas vezes, esta Vereadora salvou projetos dos Vereadores de situação desta Casa, para que pudessem tramitar e para que viessem ao Plenário, porque eu acredito que o Plenário é soberano sobre as decisões dos processos e dos projetos. Não é verdade, Ver. Dr. Thiago, que me acena aqui, com muita tranquilidade? Se não fosse esse voto contrário naquele parecer, imediatamente o projeto seria retirado de tramitação desta Casa. Vejam o empoderamento que nós estaremos dando para a Comissão de Constituição e Justiça desta Casa, que não é uma comissão técnica. Ela não é, ela é uma comissão política! Por quê? Porque ela é composta de Vereadores que têm as suas ideologias, os seus Partidos, as suas questões políticas, que pautam o entendimento desta Comissão.

Acredito que nós devemos manter o procedimento atual, para que, mesmo com um parecer derrotado, se tiver um voto em contrário, ele possa vir ao Plenário, porque o Plenário desta Casa é soberano, o Plenário é que define se aquela matéria deve ou não ser votada. E nós estamos, dessa forma, acreditando e potencializando os Vereadores, porque, lamentavelmente, a gente tem visto, nesses últimos períodos, uma restrição muito grande da iniciativa, especialmente nos projetos de Vereadores desta Casa. Portanto, eu quero aqui trazer a discussão da necessidade de se manter como está, porque quem decide sobre os projetos é o Plenário da Câmara Municipal, e não a CCJ. Muito obrigada, Srª Presidente.

 

(Não revisado pela oradora.)

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir o PR nº 007/09.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores e todos os que nos acompanham aqui nesta Sessão; meu caro Ver. Luiz Braz, com todo o respeito que o senhor merece e que eu tenho pelo senhor, esta Câmara é a primeira instituição democrática do Rio Grande do Sul. Aqui e daqui se nomeavam Governadores, Ver. Bernardino. Os chefes farroupilhas foram nomeados pela Câmara de Vereadores de Porto Alegre. Aqui foi Poder Executivo durante muito tempo. Aqui se decidiu sobre tudo, praticamente, o que acontecia na Capital e no interior do Estado. E esta Câmara tem também passados muito nebulosos, ruins, como, por exemplo, ter sido o tribunal que decidia sobre a vida dos escravos. Portanto, quando se condenavam escravos à forca, era esta Câmara que fazia. Isso é uma conta muito grande que a Câmara tem com a sociedade, com os afrodescendentes e com os defensores dos direitos humanos.

Agora o Ver. Luiz Braz faz um Projeto de Resolução, propondo a necessidade de aprovação, por maioria absoluta, de um projeto para que ele possa tramitar. Isso é um profundo equívoco, meu caro Vereador! Porque não foi um, nem dois, nem três, foram dezenas de projetos que foram aprovados, com efeito importante para a sociedade, que tiveram um voto apenas da CCJ. Quero aqui lembrar, Ver. Dr. Raul, que o seu Projeto só tramitou, porque teve um voto, que foi deste Vereador, assim como muitos outros projetos só tiveram um voto e puderam tramitar. Mesmo com maioria contrária na CCJ, o projeto veio para este Plenário, que o aprovou, foi sancionado pelo Prefeito e hoje é lei.

 

O Sr. Dr. Raul Torelly: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Todeschini, eu gostaria de aproveitar esta oportunidade e fazer um reconhecimento público a V. Exª, porque graças ao seu voto naquele Projeto é que hoje nós temos um Centro Municipal de Planejamento Familiar, em Porto Alegre.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Obrigado pelo aparte, Ver. Dr. Raul. Veja só, um voto permitiu que o Projeto tramitasse! Se esse Projeto tivesse sido sufocado, como propõe o Projeto do Ver. Luiz Braz, ele simplesmente não teria acontecido, não chegaria ao Plenário. Então, para garantir o direito de todos - e a democracia é o direito de todos, porque todos aqui estamos em pé de igualdade -, para que o Plenário, soberanamente, decida sobre as questões, essa proposição não pode prosperar. Ela é equivocada, ainda que possa ser bem intencionada.

Há poucos dias, eu acompanhava um debate na Assembleia Legislativa, que usa o critério proposto pelo Ver. Luiz Braz, e hoje há um engessamento de todas as matérias, que têm uma dificuldade gigantesca para tramitar! Nós, aqui no Plenário, soberanamente decidimos os assuntos previstos pelo Regimento e o mérito dos projetos, em especial. Mas não permitir que eles tramitem, sufocá-los, na origem, é uma arbitrariedade, porque as minorias nunca vão ter direito, porque os pequenos Partidos poderão ser sufocados, porque uma boa ideia não terá curso. E, como disse a Verª Maria Celeste, de maneira muito apropriada, as Comissões da Câmara são comissões políticas, elas também estão permeadas por grandes interesses, por pequenos interesses, mas sempre interesses políticos! Por isso, não é adequado. Esta Câmara, este Plenário tem que se preocupar muito com essa matéria, e esse assunto não deve prosperar, porque seria um grande atentado à democracia e a todas as conquistas que tivemos até hoje, enquanto instituição democrática e avançada.

Ver. Pedro Ruas, a Assembleia hoje debate a mudança do seu Regimento, está derrubando exatamente isso que está sendo proposto, porque é uma lei antidemocrática. É uma lei que prejudica, sobretudo, as minorias, é uma lei que não vê, muitas vezes, na voz única de um Vereador, uma grande ideia que, a partir do debate em plenário, tem a oportunidade de se tornar uma ideia da maioria. E não são um nem dois os casos que já tivemos dessa natureza. Por isso, chamo a atenção, pois essa proposição é de forte impacto e poderá prejudicar inúmeras decisões no futuro. E aqueles que têm uma visão democrática, uma visão de compromisso com o debate não podem permitir que essa proposta seja aprovada. Obrigado pela atenção de vocês.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para discutir o PR nº 007/09.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; colegas Vereadores, Vereadoras; senhoras e senhores; as intervenções e as propostas do Ver. Luiz Braz sempre são carregadas de muita energia e de posições fortes. E esta proposição que faz o Ver. Luiz Braz provoca um debate neste plenário. E eu quero contribuir com esse debate, trazendo aqui o papel desta Câmara e o papel dos Parlamentos sob o ponto de vista da democracia.

Entendo que este Projeto de Lei do Ver. Luiz Braz afronta, no mínimo, dois princípios, sobre os quais quero discorrer. Primeiro, afronta o princípio da representatividade, pois nós somos 36 Vereadores, e o Ver. Luiz Braz, pelo seu Projeto, diz que quatro Vereadores podem derrotar um projeto. Quatro Vereadores se sobrepondo a trinta e seis!

A soberania desta Câmara é o Plenário, e as Comissões não podem, não devem e não são as que aprovam ou que reprovam um projeto. As Comissões têm o papel de orientar o debate desse Plenário. A Comissão de Constituição de Justiça é composta por sete membros. Mas, se ela tiver quórum com quatro membros, três podem ser maioria e derrotar o projeto, enterrar o projeto. Então, quero fazer esse debate conceitual e filosófico, porque entendo que o primeiro princípio, o da representatividade, é ferido pelo Projeto do Ver. Luiz Braz.

O segundo princípio afrontado é o princípio democrático, no sentido de que cerceia a prerrogativa de o Vereador ver as suas iniciativas ser discutidas por todo o Plenário. Se cada um dos senhores e das senhoras que aqui estão foram eleitos para apresentar propostas e sugestões para a Cidade, para contribuir com a democracia neste Parlamento, que é o Parlamento da cidade de Porto Alegre, cada um dos senhores e das senhoras têm o direito da representatividade e de ter suas iniciativas analisadas e debatidas neste Plenário. Esse é o princípio da democracia, e eu quero aqui trazer um exemplo desse princípio. Quando eu fui membro da CCJ - e está ali o meu colega Ver. Bernardino Vendruscolo, que é da base do Governo, que é maioria -, eu fui o único que votou favoravelmente ao Projeto que propunha o parcelamento do ITBI, naquela oportunidade. O Projeto veio para o plenário, foi debatido e foi aprovado. Pela proposta do Ver. Luiz Braz, esse Projeto, assim como o Projeto do Planejamento Familiar há pouco mencionado pelo Ver. Dr. Raul, teria sido derrotado lá na CCJ e engavetado nos arquivos da Casa. Os 36 Parlamentares desta Casa não foram eleitos para fazer projetos e colocar no arquivo morto; eles foram eleitos para contribuir e trazer sugestões para a Cidade. Portanto, Ver. Luiz Braz, o segundo princípio que quero debater com o senhor - e sugiro aos colegas Vereadores e Vereadoras - é o princípio democrático. São dois os princípios: o princípio da representatividade, em que três poderão decidir por 36; e o princípio democrático, em que as iniciativas dos Vereadores poderão ser enterradas por três, e não analisadas por 36 e aprovadas por dezenove. É isso que está em discussão. As Comissões não podem substituir o Plenário; as Comissões têm e devem continuar tendo o papel de orientadoras do debate. A maioria é sobre 36, e não sobre quatro, cinco, ou sete, como é a possibilidade da CCJ.

Esta é a opinião que trago aqui, principalmente para os Partidos que têm um ou dois membros nesta Casa, que não podem estar em todas as Comissões. A CCJ não é só técnica, a CCJ é mais política do que técnica. E a grande maioria dos projetos, quando derrotados, são derrotados por questões políticas. Portanto, estes dois princípios, o da democracia e da representatividade, devem ser mantidos pela Câmara de Porto Alegre. Um grande abraço.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para discutir o PR nº 007/09.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Srª Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, venho a esta tribuna para, como os demais colegas, externar minha opinião sobre o Projeto de autoria do Ver. Luiz Braz, que me assiste atentamente. Na verdade, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, precisamos, primeiro, fazer o registro dos méritos que tem o Ver. Luiz Braz em trazer esse assunto, para que possamos debatê-lo. Os Vereadores que estiveram na presidência da CCJ, quando participei – eu tenho o privilégio de estar pelo terceiro ano na CCJ -, foram, no ano passado, o Ver. Pedro Ruas e, no ano anterior, o Ver. Valter Nagelstein, de forma que acabei somando um pouquinho de experiência. Acho que o seu Projeto tem mérito. Nós devemos, sim, Ver. Braz, enfrentar aquilo que temos hoje, e parece-me que precisa sofrer um reparo. Por que eu digo que precisa sofrer um reparo? O que acontece com aquilo que está posto hoje, Ver. Pedro Ruas? Com um voto favorável, o projeto segue para as demais Comissões. Vejam só o que poderá acontecer com aquilo que está posto. Vem um sujeito desmiolado, tipo o Ver. Bernardino, propondo um projeto para alterar, Ver. Dib, o vencimento do IPTU. Um Vereador teimoso, desmiolado, que propõe tirar do primeiro dia útil do mês, ele tem esse entendimento. Se todos os Vereadores da Comissão votarem contra, e só o autor do projeto votar favoravelmente, o projeto segue. Parece-me que é aí, Ver. Braz, que está o equívoco. Nós temos que tirar essa condição que está, porque o Vereador, autor do projeto, participando ele da CCJ, se votar favorável ao seu projeto, o projeto tramita. É assim que está hoje. Esse aspecto me parece que precisamos enfrentar e fazer mudança nesse sentido. E me parece também que, dos sete Vereadores que fazem parte da CCJ, dois votos favoráveis seria o mais razoável. Dois votos! Por outro lado - não quero ter o atrevimento, até porque o Ver. Luiz Braz tem sido um professor para este simples participante da CCJ, em momentos necessários, pela sua experiência, pelo seu conhecimento -, me parece que o art. 56, a distribuição dos parágrafos, dos incisos, tudo isso deveria receber uma outra leitura, poderíamos refazê-lo. Por isso, quero lhe fazer uma proposta, Ver. Luiz Braz, de suspender esse Projeto e, quem sabe, fazer uma interpretação do artigo todo. Mas eu vou apoiar, sim, com duas assinaturas. Duas assinaturas!

 

O Sr. Luiz Braz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Bernardino, V. Exª é um dos Vereadores mais qualificados desta Casa, e fico muito contente quando vejo que V. Exª está preocupado com o Projeto em si, se ele vai ser aprovado ou não, e com aquilo que está acontecendo, hoje, na CCJ. Posso dizer a V. Exª que o que nós estamos calculando aqui é que, o Presidente não votando, sobram quatro votos e mais dois. Esses dois votos seriam os votos necessários. Mas, se V. Exª pegar o Substitutivo ou a Emenda lá no final, vai ver que são analisados o artigo e todos os seus itens, e V. Exª verá que realmente nós temos razão. Se precisar trocar alguma coisa, com toda a certeza, com prazer, vou seguir Vossa Excelência.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Eu vejo que, se nós procurarmos mostrar que do jeito que está é complicado... Por que eu digo que é complicado? Porque o próprio autor do Projeto, votando no seu Projeto, dá condições de tramitação. Então, por isso, só por isso, Ver. Braz - não na forma pejorativa -, seria o bastante para enfrentarmos mudanças. Eu acho que V. Exª deveria pedir o adiamento da votação deste Projeto, para que possamos melhor discutir com os colegas, em razão da necessidade que temos de mudar. Eu acho que nós precisamos mudar, mas também temos que amadurecer um pouco, por isso eu solicito que V. Exª peça o adiamento, para que a Casa possa melhor entender a proposta e, quem sabe, fazer as mudanças necessárias. No meu entendimento, é necessário que se façam mudanças, porque do jeito que está, volto a dizer, só o voto do autor é necessário para que o projeto tramite...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Beto Moesch está com a palavra para discutir o PR nº 007/09.

 

O SR. BETO MOESCH: Srª Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores; em primeiro lugar, de forma muito sincera, eu quero parabenizar o Ver. Braz, porque a intenção dele é extremamente correta e serve não só, na minha opinião, pelo que ele pretende com relação à Comissão de Constituição e Justiça, mas com relação às demais Comissões. E digo por quê. É claro que, em tese, um projeto inconstitucional não deveria continuar tramitando, mas ao menos o parecer vem de forma contrária, para balizar os Vereadores que estão no plenário. Não sei, porque nunca fui membro da Comissão de Constituição e Justiça, como são os debates internos da CCJ. Agora, nós temos um problema histórico aqui - sou Vereador em terceiro mandato: é raro nós debatermos os projetos nas Comissões Técnicas Permanentes. É raro! Nós não debatemos os Projetos. Isso é um erro grave desta Casa, sempre foi, desde que sou Vereador, não tem nada a ver com uma ou outra presidência. Não se debatem os projetos nas Comissões, porque tão importante quanto analisar um projeto na CCJ é analisar na CUTHAB, na Comissão de Economia e Finanças, na Comissão de Saúde e Meio Ambiente, e nós não debatemos os projetos! Nós debatemos aqui, neste plenário, apenas! Onde é que está a sociedade para debater os projetos? Como vão debater, se, do plenário, a sociedade não faz parte? E plenário não é um cenário de reunião, não é um cenário de trabalho em termos de tirar dúvidas, de fazer pesquisa. Aqui são discursos que nós fazemos e debatemos, não é um local apropriado para debater projeto. Então, esta Casa está errada nesse aspecto.

 

O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu só gostaria de, primeiro, agradecer pelo aparte, mas, na CCJ, nós, felizmente, debatemos. Inclusive outros Vereadores podem fazer defesa dos seus projetos. Lá na CCJ, nós debatemos.

 

O SR. BETO MOESCH: Ótimo! Seria importante, antes de dar o parecer contrário na CCJ, Ver. Bernardino, ouvir o autor. Eu nunca fui chamado pela CCJ para defender, por exemplo, a lei antifumo, que é por demais constitucional. A liminar de inconstitucionalidade não foi aceita pelo Supremo Tribunal Federal. As leis estão funcionando a pleno vapor, com chancela judicial, no Estado de São Paulo, no Estado do Paraná, no Rio de Janeiro e em todas as Capitais do Brasil. Menos numa Capital: Porto Alegre! A CCJ deu parecer contrário, e o autor não foi ouvido.

 

A Srª Fernanda Melchionna: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Beto Moesch, eu queria lhe dar outro exemplo em relação à constitucionalidade, porque senão parece que as Comissões analisam apenas a questão técnica. Por exemplo, V. Exª aqui lutou, junto conosco, contra o Projeto Pontal do Estaleiro. Era evidente que o Projeto Pontal do Estaleiro era inconstitucional. Entretanto, em 2008, foi julgado constitucional pela CCJ. Portanto, nós desassociarmos a técnica da política não me parece correto, ainda mais vendo as posições no Parlamento.

 

O SR. BETO MOESCH: Pois não. De qualquer maneira, Ver. Braz, vale o debate, para trazermos à tona... A intenção é muito boa, é evitar a inconstitucionalidade, vícios legais de certos projetos. Agora, a CCJ também, por si só, não vai resolver isso, nem a Procuradoria da Casa, ali é um Procurador. Eu sou advogado, V. Exª é advogado, muitas vezes - e quase sempre -, a análise é subjetiva. Isso é interessante até. E não estou querendo dizer que vamos resolver isso aqui no plenário, não é isso. Mas, da maneira que a Casa está constituída hoje, é temerário mudarmos o procedimento com relação à CCJ. Nos moldes de hoje! Não estou dizendo que não possamos avançar, colocando ou alterando outros instrumentos com relação aos procedimentos da CCJ e, até mesmo, como coloquei, das Comissões Técnicas Permanentes, que são tão importantes quanto a CCJ. Ver. Dr. Thiago, muitas vezes, um assunto de SUS, que pode até tramitar de forma constitucional, jamais poderia passar pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente, portanto, vir a Plenário, por exemplo, aí a questão não é constitucional, ela é, sei lá, técnica. Então, eu queria colocar nesses moldes e chamar a atenção para o fato de ser bom a CCJ debater, embora nem sempre com os autores, sobre os projetos de lei da Casa. Mas as Comissões Técnicas Permanentes raramente discutem os projetos de lei, o que não quer dizer que não façam extraordinários trabalhos de debate sobre a Cidade, mas, com relação a projetos de lei, é o que menos se faz. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para discutir o PR nº 007/09.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, o debate é importante. Inicialmente, nós deveríamos ter um enfoque do aperfeiçoamento dos instrumentos de que a Casa dispõe para cumprir as suas finalidades. Mas a questão se dá, basicamente, Ver. João Antonio Dib, no chamado instituto do efeito terminativo no seio da Comissão de Constituição e Justiça - CCJ. Nós somos uma casa política e, como tal, enfrentamos todo esse conjunto de complexidades. Afinal, a Comissão de Constituição e Justiça é ou não é uma comissão técnica? Vejam, se nós entendermos que a Comissão de Constituição e Justiça é uma comissão técnica, nós temos que nos afeiçoar aos aspectos de ordem técnica. O que efetivamente ocorre? A ineficácia. A Comissão de Constituição e Justiça goza da ineficácia às suas decisões. Por que goza da ineficácia às suas decisões? Porque o peso que retém o trânsito de iniciativas é muito pequeno. Estou falando tecnicamente, é preciso despolitizar o debate, é preciso despartidarizar o debate, para fazermos o presente debate! Nós temos que nos colocar aqui nos níveis, o tanto quanto possível, de imparcialidade. Exemplificando: seis Vereadores entendem que a matéria é inconstitucional, e um Vereador entende que é constitucional. Muito bem, está no Regimento, a decisão é terminativa, e não vem a plenário. Como é uma casa política, nós podemos até fazer uma discussão mais ampla para estabelecer o fórum da decisão terminativa. Agora, o que eu entendo é que são decisões ineficazes, Ver. Pedro Ruas. Por que se manter, portanto, todas essas disposições ínsitas à Comissão de Constituição e Justiça, quando ela não tem eficácia? Então, ela seria um estudo preparatório ao plenário? Melhor seria isso, darmos à Comissão de Constituição e Justiça poderes para examinar a matéria e mandar para o plenário e - vejam V. Exas - não deliberar, porque a sua deliberação goza da ineficácia. Parece-me que levantar o peso - e até conversei com o autor da matéria, para que se pudesse reexaminá-la - até dois Vereadores, eu acho que nós teríamos aí, Ver. Pedro Ruas, um tratamento razoável. Agora, é uma questão de definirmos se, afinal, a Comissão de Constituição e Justiça tem efetivamente poderes e eficácia, ou não. Hoje, ela não tem.

 

O Sr. Pedro Ruas: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Apenas para dizer que, ao fim e ao cabo, há necessidade, sim, da CCJ, que examina, na prática, Ver. Elói Guimarães, e exclui, quando não é político, apenas o projeto tecnicamente absurdo. É isso, e é uma função, e já seria uma função. Aqui não há juristas, como regra, como requisito, são representantes da população. A Casa é política, não é um tribunal.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Exato. Nós, então, teríamos que, depois de um debate - que eu acho importante, porque se está mexendo em institutos do Regimento que são importantes, até para a respeitabilidade da Casa -, reformatar, Ver. Luiz Braz, todo esse processo e todos esses mecanismos que integram o Regimento da Casa, para que se tenha, vamos dizer assim, uma palavra...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PR nº 007/09.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, meus senhores e minhas senhoras; eu vou voltar um pouco no tempo e chegar lá em 1830. O Governador da Província do Rio Grande de São Pedro era Caetano Maria Lopes Gama, e, ao assumir, ele fez a seguinte declaração: “Chega de leis, as que tem são suficientes, basta que sejam cumpridas”. Eu acho que os Vereadores aqui não acreditam muito, mas a aula que ele deu, para mim, é muito valiosa. Mas eu vou voltar agora, mais recentemente, aí eu estava presente, há 40 anos, eu era membro da Comissão de Justiça. Tínhamos só dois Partidos: Arena e MDB. O MDB tinha maior número de Vereadores, tinha três Vereadores na Comissão de Justiça, e nós tínhamos dois. Frequentemente, só se davam duas decisões na Comissão de Justiça: pela tramitação e pelo arquivamento. Frequentemente, deu três a dois pelo arquivamento, ou pela tramitação; frequentemente, também, deu quatro a um pela tramitação, ou pelo arquivamento. Mas a palavra da Comissão de Justiça era final. Já no tempo - a Câmara tem 237 anos - do Governador Caetano Maria Lopes Gama, a única votação que se fazia por unanimidade sempre, desde lá até aqui, era a votação das Comissões. As Comissões são aprovadas por unanimidade do Plenário, e aí o Ver. Comassetto vai ali e fala em democracia, que o Plenário é que decide. O Plenário não decide coisa nenhuma, se nós não acreditamos naquela Comissão que teve a totalidade dos votos do Plenário. Então, se aquela Comissão diz que é inconstitucional, deveria parar por aí mesmo, até porque nós temos muitos Vereadores pensando que são Prefeitos, porque fazem leis que caberiam ao Executivo. Aí não se trata de Regimento Interno, aí se trata de Lei Orgânica. Mas eles fazem as leis, depois, um voto dá continuidade ao projeto, e aí nós ficamos votando, falando, discursando, como hoje nós estamos fazendo. Não havia necessidade da discussão que está acontecendo hoje, nós poderíamos fazê-la na quarta-feira, porque hoje é o primeiro dia de discussão. Mas nós estamos discutindo. Vários Vereadores já falaram, dizendo do seu brilhantismo, das suas ideias, de defesa da democracia, esquecendo que, na democracia, a maioria triunfa, e a minoria tem que ser respeitada. Mas vale a posição da maioria. Então, se não vale a posição da maioria, não tem por que dizer que o Plenário vai decidir o que a totalidade decidiu antes. A totalidade da Casa diz que a Comissão de Justiça é composta daqueles sete Vereadores, nem mais, nem menos, apenas sete. As outras Comissões, algumas têm seis Vereadores e, a maioria, tem cinco Vereadores.

Portanto, eu acho que vale falar, sim, em democracia, mas democracia é respeito à lei, é respeito à Lei Orgânica, é respeito à Constituição! E nós achamos aqui que fazemos leis, não é disso que a Cidade precisa. A Cidade precisa, como disse o Governador, lá em 1830: “Chega de leis! As que têm são suficientes, basta que sejam cumpridas”. O que nós precisamos fazer é com que as leis boas, as leis que interessam à coletividade como um todo sejam cumpridas, e não apenas fazer mais leis. Quantas leis são aprovadas aqui, e nós não temos o cuidado de fazer com que elas sejam cumpridas? Esta é uma resposta que eu gostaria que a democracia me desse, porque todos foram lá na tribuna, com brilhantismo, defender os seus pontos de vista. Mas eu acho que a maioria da Comissão de Justiça deveria decidir pelo arquivamento ou pela tramitação. E não tem outra solução que não seja a democrática. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Nelcir Tessaro está com a palavra para discutir o PR nº 007/09.

 

O SR. NELCIR TESSARO: Srª Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste; eu quero, primeiramente, cumprimentar o Ver. Luiz Braz por este Projeto de Resolução. Eu acho que é muito importante estarmos discutindo esse assunto, porque eu entendo que a CCJ é o coração da nossa Câmara de Vereadores, é a que trabalha sobre a legalidade ou não de nossos projetos. Eu já havia me manifestado, no ano passado, dizendo que deveria haver mudanças, porque, em primeiro lugar, eu acho que o autor do projeto não poderia votar, na Comissão, a seu favor, por questões éticas. Já ficaria um pouco prejudicado, quando, numa discussão, numa reunião da CCJ, estará lá o autor do projeto, e esse, evidentemente, não votará contra, e assim o projeto poderá passar adiante, para as outras Comissões, apenas com o parecer favorável do autor. Acho que é coerente a proposta apresentada pelo Ver. Braz. Se estiver lá o autor do projeto, um mais um, são dois, é coerente. Eu parto do princípio, Ver. Braz, de que a maioria decide os projetos, os processos, como no Judiciário ou em qualquer instância, a votação se dá sempre por maioria, como aqui também. Então, por que não a maioria na CCJ, que é onde se avalia a questão jurídica, a legalidade, onde se dá o parecer? A benevolência de se chegar a dois votos contrários, para que o projeto possa seguir a sua tramitação, acho que é mais do que suficiente. Acho que este Projeto deve tramitar nesta Casa o mais rápido possível, para que não aconteça o que aconteceu com diversos projetos, que passaram na CCJ apenas com um voto. Ele tem sequência, ocupa todas as Comissões e pode ter parecer negativo em outras Comissões. Busca-se mais uma Comissão com parecer favorável, com apenas um voto também, e, com certeza, coloca-se no Plenário. Claro que a democracia, no Plenário, tem o poder de reverter e decidir sobre qualquer projeto. Mas sabemos também que, muitas vezes, vamos discutir os efeitos e a questão política, e não a questão jurídica, que é muito mais importante. Acho que as nossas leis devem ser primeiramente avaliadas na questão jurídica. Nesse ponto, quando da passagem pela CCJ, é muito importante uma ampla discussão. O Ver. Beto Moesch falou que talvez não haja discussão, eu defendo que haja. Quem sabe lá, nessa sua proposta, Ver. Luiz Braz, quando houver uma discussão na CCJ em que não se tenha clara a definição do projeto, que se chame o autor para esclarecer e fazer a sua defesa. É muito importante essa tramitação com a defesa do autor, como se faz no Judiciário, com sustentação oral, muitas vezes. No Tribunal de Contas, quando se tem divergência, para que haja uma definição, uma explicação correta do projeto, o autor vai lá e sustenta a sua tese. É isso que devemos proporcionar, Ver. Bernardino, mas não podemos fugir da legalidade. A legalidade é a parte mais importante dos nossos projetos, e é a CCJ, justamente, que preza pela legalidade nesta Casa. Não adianta discutirmos projetos e mais projetos que, quando passaram pelo crivo da CCJ, tiveram apenas o voto do autor ou do companheiro de Partido do autor, Ver. DJ. Nós temos que fazer com que a Casa funcione, sim, mas que funcione sempre prezando a legalidade. Obrigado, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PR nº 007/09. (Pausa.) Ausente.

O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para discutir o PR nº 007/09, por cedência de tempo do Ver. Dr. Thiago Duarte.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Srª Presidente, Verª Sofia; agradeço ao Ver. Thiago, que me cedeu o seu tempo. Com relação a alguns assuntos que foram trazidos aqui por outros colegas, gostaria de dizer que, lá na CCJ - e o Ver. Luiz Braz, meu companheiro na CCJ, sabe disso -, é facultado a todos os autores de projeto fazerem a defesa oral. Mas não cabe a nós, Vereadores que estamos lá julgando, dando parecer aos projetos, convidá-los. A porta da CCJ está aberta, para os Vereadores fazerem a defesa dos seus projetos. Também queria dizer aos queridos Vereadores que legalidade e juridicidade não é uma fórmula matemática. Muitas vezes, nós divergimos em entendimentos.

 

O Sr. Luiz Braz: V. Exª permite um aparte?

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO:Antes de dar um aparte ao Ver. Luiz Braz, só queria fazer um registro: eu me equivoquei no meu pronunciamento anterior, hoje é a primeira Sessão.

 

O Sr. Luiz Braz: Ver. Bernardino, eu vou colocar uma nova Emenda no processo, garantindo ao autor do projeto que tiver parecer contrário à sua tramitação a defesa na Comissão, para que nós possamos aumentar esse nível de discussão, de divergências que deve haver na Comissão.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Só um pouquinho, V. Exª quer dizer... Porque na verdade, hoje, é facultado.

 

O Sr. Luiz Braz: Hoje é facultado. Eu quero garantir sempre o direito de ele estar presente, quando o parecer for contrário.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Está bom! Garantir o garantido, mas nós agradecemos.

 

O Sr. Luiz Braz: Hoje é garantido, mas eu quero tornar obrigatório, que ele vá lá para fazer a defesa.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Isso, com certeza, é para confortar o Ver. João Antonio Dib, porque ele invoca o ano de 1800, quando se dizia que já tinha lei de sobra. O que nós tínhamos na época, Ver. João Antonio Dib? Pouquinha coisa.

 

O Sr. Luiz Braz: E para confortar, também, o Ver. Beto Moesch, porque ele coloca bem esse assunto. E eu quero confortar o Ver. Beto também.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Lá naquela época, Ver. João Antonio Dib, nós não tínhamos ITBI, não tínhamos IPTU. É por isso, Ver. João Antonio Dib, que hoje nós precisamos de mais leis.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte?

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Eu lhe dou um aparte carinhosamente.

 

O Sr. João Antonio Dib: Nobre Ver. Bernardino Vendruscolo, naquele tempo, eles tinham bom senso. Hoje, está faltando.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: O bom senso também está relacionado com alguns Vereadores que, muitas vezes, chamam a atenção dos demais por falarem bastante. No entanto, eles usam todo o tempo do mundo para debater todos os assuntos possíveis. A participação é legal e regimental, como diz o Ver. João Antonio Dib, mas, muitas vezes, foge ao bom senso.

Agora, o que nós não podemos deixar de dizer, por exemplo, é que as demais Comissões da Casa são comissões que debatem os projetos e dão o parecer quanto à questão de mérito. Este Plenário também, quando julga, julga a questão de mérito. Muitas vezes, nós, Vereadores da CCJ, lá votamos favorável ou desfavoravelmente a um projeto por questão de legalidade, de juridicidade. Agora, por questão de mérito, não quer dizer que a gente tenha obrigação de seguir aqui o mesmo voto que nós procedemos lá na CCJ. Então, vocês vão fazer esse entendimento.

Quero aproveitar meus últimos segundos para dizer, Ver. Todeschini, com certeza absoluta: lá atrás, no Projeto de parcelamento do ITBI, num primeiro projeto e, num segundo, Ver. Comassetto, se não tivessem votado favoravelmente na CCJ, este Vereador e os demais Vereadores não teriam tido sucesso na aprovação deste Projeto. Na época, se questionava a possibilidade e a legalidade de nós, Vereadores, votarmos projetos que tratam de impostos, de tributos. E hoje isso está consagrado. Então, quero agradecer a todos aqueles Vereadores que, lá no passado, votaram favoravelmente ao nosso Projeto. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PR nº 007/09, por cedência de tempo do Ver. João Carlos Nedel.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, meus senhores e minhas senhoras; muito se falou hoje naquela tribuna sobre democracia. Eu falei no Governador de 1830, e o Ver. Bernardino ficou preocupado, porque, em 1830, não tinha televisão, não tinha Internet, é verdade, não tinha IPTU, mas isso é o que ele pensa, tinha outros tipos de impostos. Vou pegar, então, uma definição de democracia de uma autoridade insuspeita: Mikhail Gorbachev. Diz ele (Lê.): “Não pode haver observância da lei sem democracia. Ao mesmo tempo, a democracia não pode existir e se desenvolver sem a lei, pois ela se destina a proteger a sociedade dos abusos do poder e garantir os direitos e liberdades dos cidadãos”. Insuspeito, Mikhail Gorbachev diz aqui que a lei tem que ser respeitada. A Comissão de Justiça, de forma nenhuma, pode discutir mérito dos projetos que são apresentados nesta Casa. A Comissão de Justiça deve ser eminentemente técnica, não pode partidariamente decidir, e é isso que acontece quando só tem um voto e é alguém do mesmo Partido do autor do projeto absurdo. Mas, segundo Gorbachev, tem que respeitar a lei, e a lei que temos que respeitar, em primeiro lugar, é aquela que nós juramos no dia em que tomamos posse, é a Lei Orgânica do Município. E quantas vezes os projetos de lei afrontam o art. 94 da Lei Orgânica! E passa na Comissão de Justiça! Será que ela está julgando a Lei Orgânica, será que ela está acima da Lei Orgânica? É o que acho que acontece tantas vezes. Então, o que o Ver. Braz quer? Ele quer que aquela Comissão, que foi aprovada por unanimidade do Plenário, seja respeitada! Que o parecer aprovado por unanimidade ou por maioria seja respeitado! E, se a maioria disse que é inconstitucional é porque deve ser inconstitucional, pois a Comissão de Justiça precisa olhar juridicamente o projeto apresentado, e não o mérito que tem o projeto. Muitos dos projetos apresentados tinham mérito, sim, e depois foram aprovados no plenário.

Eu tenho olhado, examinado todas as justificativas, quando a Comissão de Justiça diz que existem óbices jurídicos, e eu acho que, talvez, cinco por cento possam ser considerados. Os demais, apenas porque pediram o parecer, dada a justificativa do autor, o projeto tramita. Eu não conheço nenhum projeto, nenhum, que, depois de o autor fazer a sua justificativa, não tenha sido dada continuidade na tramitação. Não conheço! E eu leio todos, todos que me chegam às mãos eu leio. Eu sempre olho, quero saber o que é que a Procuradoria disse, o que a Comissão de Justiça falou. Basta o Vereador, em três linhas, dizer que o óbice que foi apresentado pela Comissão de Justiça não encontra respaldo no número tal, da lei tal, que não sei o que, ninguém vai verificar, e o projeto tem sequência.

A Comissão de Justiça deveria ser terminativa, quando diz “pelo arquivamento”. Assim é que tinha que ser, ela tem o voto de todos os Vereadores, como todas as outras Comissões têm o voto de todos os Vereadores, com exceção do Presidente eleito; o resto, 35 votos, cada Comissão tem. Então, eu não vejo por que colocar em dúvida a aplicação da Lei Orgânica, a aplicação da Constituição deste País, porque o projeto tem mérito. Eu sei que muitos projetos têm mérito, poderiam ser transformados em Pedido de Providências, poderiam ser debatidos como devem ser debatidos, politicamente, com o Prefeito, com o Executivo e ser transformados em projetos de lei vindos do Executivo. Mas a nossa preocupação é produzir projetos, projetos e mais projetos. Eu tenho dificuldade em escrever, para um livro que a Câmara vai fazer, duas leis que eu tenha feito nos últimos dez anos. Mas, se for para dizer o que eu fiscalizei nos dez anos, posso encher um livro. É isso que o Vereador deve fazer: fiscalizar, e não fazer projetos e mais projetos de lei. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PR nº 007/09.

 

O SR. ADELI SELL: Srª Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores; o bom debate sempre é esclarecedor, Ver. Luciano Marcantônio, porque eu havia pensado, inicialmente, que talvez a gente tivesse de ter, de fato, algumas barreiras na CCJ, mas depois que eu comecei a participar dessa Comissão, Ver. Luiz Braz, eu estou fazendo uma profunda reflexão sobre a própria CCJ e sobre a questão da dita legalidade ou ilegalidade de projetos. Vários projetos têm pareceres da douta Procuradoria dos quais eu discordo radicalmente. É claro que, diferentemente de V. Exª, eu não sou advogado. Eu sou um Vereador há bastante tempo aqui, tenho acompanhado muito a legislação e vejo que as respostas são as mais simples e banais possíveis. A facilidade é uma coisa que parece que as pessoas adoram, é um mito. Nós precisamos, para o mundo evoluir, para as coisas avançarem, sempre dar um passo à frente e nunca para trás, Ver. João Dib, sempre com o olhar no horizonte. A utopia é exatamente isso. Sempre lembro o arco-íris, que parece que está ali no horizonte, a gente vai até a próxima montanha, e ele está lá atrás da outra montanha, e vai, e vai, e nós caminhamos. Ou o mito de Sísifo, a gente vai levando a pedra morro acima, desce, vai e teima. A utopia sempre é um lugar inacessível onde existe a perfeição, e nós temos que buscar esse aperfeiçoamento no nosso cotidiano. Por isso eu estou fazendo um novo aprendizado, depois de 14 anos aqui na Câmara, integrando, pela primeira vez, a CCJ, e acho que nós não temos que fazer leis inconstitucionais, legislar no Município sobre ações que não têm nada a ver com o Município, que são competência do Estado ou da União.

Quando eu apresentei um Projeto de Lei aqui sobre as câmeras de vídeo, houve questionamentos. Depois, eu aprovei. Os bancos, os banqueiros fizeram questionamentos na Justiça, e eu ganhei no Supremo. Ou seja, foi considerada uma legislação correta, legal, constitucional. Então, eu acho que nós temos que ter a permanência do status que nós temos hoje na CCJ. Se houver uma pessoa que se opuser, que não acompanhar um parecer contrário à tramitação, o projeto deve ir adiante, para que o mérito, para que as questões de fundo sejam discutidas em todas as Comissões. Por isso, hoje eu tenho uma opinião formada sobre essa questão. Nem vou entrar muito no debate de maioria ou minoria, porque eu espero que uma Câmara de Vereadores com maturidade não grenalize as relações na Comissão de Constituição e Justiça, mas eu quero me precaver, no mínimo. Por isso, eu advogo a ideia de que permaneça tal qual as condições atuais na CCJ: havendo um voto, mesmo que o parecer seja contrário, e essa pessoa não acompanhe o parecer da maioria, o projeto deve tramitar e, soberanamente, ser decidido aqui. Ainda assim, o Prefeito tem condições de colocar o seu veto. Eu acho que, dessa maneira, nós avançamos para uma legislatura melhor, mais adequada, mais ousada e com atitude dos Vereadores. Os Vereadores também devem ter responsabilidade de apresentar projetos que tenham a ver com o cotidiano da Cidade. Pelo menos, essas são as minhas preocupações. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir o PR nº 007/09, por cedência de tempo do Ver. Mauro Pinheiro.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Srª Presidente, Verª Sofia; quero agradecer ao Ver. Mauro Pinheiro a cedência deste espaço, e também, em especial, àqueles que nos acompanham pela TV Câmara, nos diversos lugares da Cidade. Não me parece pouco importante aprofundar este debate, porque tem algumas ideias que aqui foram expressas e, penso eu, elas estão, pelo menos, desatualizadas. É verdadeiro, o Parlamento tem que parlar - falar -, tem que fiscalizar. Isso é um dever de todos, e ninguém tem feito tanta fiscalização quanto os Vereadores da nossa Bancada, só não fizemos mais por falta de pernas, Ver. Adeli, Verª Maria Celeste. E também temos que legislar, sim. Não vale trazer uma ideia de 1830 para cá, pois, em 1830, os Municípios não existiam, praticamente, como entes federados, eram apenas previsões legais. Agora, não. Depois da Constituição de 1988, o Município é ente legal, e, no Brasil, diferentemente dos outros locais do mundo, temos três esferas federadas: União, Estado e Município. Portanto, legislar é uma das funções importantes que nós, Vereadores, temos aqui. Isso não pode ser diminuído nem menosprezado, por isso eu estou criticando o teor da proposição.

Vejam bem, já fui da CCJ, e, no meu tempo, pelo menos, era pacífico que as matérias manifestamente inconstitucionais, Ver. João Dib, eram rejeitadas por unanimidade, por acordo, inclusive. Projetos autorizativos, projetos que tinham problemas de constitucionalidade não recebiam apoio para tramitar, porque havia um acordo, e isso era decidido tecnicamente. Para os demais projetos sobre os quais pairavam duvidas, não podíamos tolher a iniciativa e a possibilidade do amplo debate nesta Câmara. Essa é a questão, Ver. João Dib! Era comum chegarem à CCJ projetos de lei autorizativos. Ora, ninguém precisa autorizar o Prefeito a fazer aquilo que ele já foi autorizado a fazer pelas urnas. Então, todos esses projetos que eram manifestamente inconstitucionais já sucumbiam por unanimidade, inclusive, por acordo. Agora, do que estamos tratando aqui? De projetos polêmicos, de projetos que balançam no contexto da política, e a maioria não pode tirar da minoria o direito de realizar o bom debate político, de construir emendas, de...

 

(Aparte antirregimental do Ver. João Antonio Dib.)

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Não, fora da lei, não! Trata-se aqui de opinião política, Ver. João Antonio Dib, tanto é que vários processos que tiveram rejeição ou derrota na CCJ tiveram parecer favorável dos Procuradores da Câmara. Portanto, é diferente. Trata-se, sim, de manter aquilo que é um avanço. A própria Assembleia, digo e repito, está revisando o teor do seu Regimento, porque o Regimento é ruim, ultrapassado, e é exatamente no teor do que está aqui sendo proposto. Eles estão fazendo um giro importante, para facilitar e aceitar os debates da Casa, porque o Parlamento é um espaço muito nobre de debate das cidades. É isso que eu quero deixar marcado fortemente. Obrigado pela atenção.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Encerrada a discussão do PR nº 007/09.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 0591/11 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 007/11, de autoria do Ver. Dr. Raul Torelly, que concede a Comenda Porto do Sol ao Centro Clínico Gaúcho Ltda.

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM em 11-04-11.

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Em discussão o PR nº 007/11. (Pausa.) Não há quem queira discutir. (Pausa.) Em votação o PR nº 007/11. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon – às 18h02min): Visivelmente não há quórum para a continuidade da Ordem do Dia. Está encerrada a Ordem do Dia.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 0843/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 022/11, de autoria do Ver. Nelcir Tessaro, que assegura o direito à concessão de uso especial para fins de moradia de forma gratuita aos ocupantes da área conhecida como Vila Dique removidos em decorrência de interesse público.

 

PROC. Nº 1188/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 033/11, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Porto Feliz o logradouro público cadastrado conhecido como Rua 1052 – Loteamento Voluntários da Pátria –, localizado no Bairro Marcílio Dias.

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O Ver. Nelcir Tessaro está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. NELCIR TESSARO: Srª Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste; venho a esta tribuna para discutir o PLL nº 022/11, de minha autoria, que assegura às famílias que hoje estão sendo removidas - 405 delas já foram removidas para o novo loteamento, na Av. Bernardino Silveira Amorim, num total de 1.200 famílias - por necessidade do Município, ou seja, remoção involuntária, o direito a terem imóvel gratuito, na forma da lei, através de concessão especial de uso. Eu defendo essa forma, porque o Estatuto da Cidade diz que toda remoção involuntária deverá ser feita sem ônus para a pessoa. E tudo o que esses moradores têm será perdido, caso eles não sejam atendidos dessa forma, pois eles terão uma nova propriedade, pagarão a prestação e perderão os seus direitos sobre aquilo que já existia. Nós sabemos que parte daquela área era particular, e o Poder Público tem interesse, pela proximidade ao Aeroporto Salgado Filho, na retirada total. Assim, seria injusto essas pessoas pagarem, mesmo que fosse o valor de hoje, de 17 a 35 reais mensais. E, também, porque parte dos recursos para moradia, ou seja, 33 milhões de reais, veio através de Emendas Parlamentares e de recursos do OGU. Esses recursos são a fundo perdido, e não há prejuízo algum para o Município. A desapropriação do terreno foi feita em parceria com o Governo do Estado, também sem ônus para o Município, ocasião em que houve o repasse de cinco milhões. Então, nós temos 38 milhões de reais de valores gastos naquele loteamento a fundo perdido. Quando da visita do Ministro Marcio Fortes, foi garantida a concessão a essas famílias. Na ocasião, foi apresentado a todas as famílias o novo endereço, ou seja, ali foi garantida a concessão - na época, o Prefeito era o Sr. José Fogaça - sem ônus para as famílias, quando da sua transferência. Acho muito importante nós assegurarmos a elas o direito de propriedade. O pouco que elas têm, hoje, nas suas moradias é tudo que possuem.

 

O Sr. Toni Proença: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Só um esclarecimento: nesse contrato, nesse convênio feito com o Governo Federal e com o Governo Estadual, não havia a exigência de que as famílias tivessem uma contrapartida, um pagamento de prestações?

 

O SR. NELCIR TESSARO: Não, foi feito apenas o repasse. Eu estive presente quando acordamos lá em Brasília, no Ministério das Cidades, e a decisão foi no sentido de retirar as famílias que estavam na cabeceira da pista do Aeroporto Salgado Filho e para dar dignidade. Mas a finalidade com que veio gravado o recurso foi a remoção involuntária, por interesse do Município. Nós sabemos que, quando a remoção é por interesse do Município, o Município deve intervir, dar residência e demolir a residência antiga, como está sendo feito hoje. Nenhum dos moradores que segue para o loteamento da Av. Bernardino Silveira Amorim está levando qualquer valor do imóvel que havia construído, embora em condições precárias, naquela região. Então, não podemos fazer com que as famílias que ali estavam, que gastaram para construir suas casas, agora vejam todo o seu patrimônio demolido, tendo que pagar por uma nova residência. Se essas famílias estivessem em área de risco e estivessem sendo removidas por não terem direito - na área de risco, estariam sendo removidas para se fazer uma regularização, uma readequação -, eu concordo que se poderia fazer uma concessão onerosa.

Meus colegas, eu defendo aqui que façamos com que o Executivo possa outorgar a concessão especial de uso, ou seja, o uso sem ônus para o morador que está sendo transferido para outra localidade. Obrigado, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Encerrada a discussão da Pauta.

Apregoo Requerimento, de autoria do Ver. Paulinho Rubem Berta, que solicita a retirada de tramitação do PLCL nº 010/10. (Pausa.) Em votação o Requerimento, de autoria do Ver. Paulinho Rubem Berta, que solicita a retirada de tramitação do PLCL nº 010/10. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Apregoo Requerimento, de autoria do Ver. Engenheiro Comassetto, que solicita a retirada de tramitação do PLCL nº 039/05. (Pausa.) Em votação o Requerimento, de autoria do Ver. Engenheiro Comassetto, que solicita a retirada de tramitação do PLCL nº 039/05. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Vereadores, lembro a V. Exas que, amanhã, às 11 horas, estará conosco o Reitor Alexandre, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, junto com o Profº Marenco, de Ciências Políticas da UFRGS, para o lançamento do nosso seminário internacional “Os Eleitos, As Eleitas: como parlamentares se tornam parlamentares”, que será realizado em setembro, em conjunto com aquela Universidade.

Lembro, também, que completamos o nosso plantão de Ouvidoria, no Mercado Público, Ver. Dib, para o mês de abril. Amanhã, o Ver. Adeli Sell terá seu plantão - ele vai trocar com alguém, mas eu quero que vejam quem será -; os Vereadores do PSOL, na quarta-feira; o Ver. Cecchim, na quinta-feira, dia 14; o Ver. Nilo Santos, dia 15; o Ver. Todeschini, na segunda-feira, dia 18; a Verª Maria Celeste, dia 19; o PSOL, na quarta-feira; depois, é Páscoa. O Ver. Garcia, dia 25, segunda-feira; o Ver. Luciano, dia 26, terça-feira; os Vereadores do PSOL - Fernanda e Pedro Ruas -, na quarta-feira, dia 27; o Ver. Oliboni, quinta-feira, dia 28; o Ver. Engenheiro Comassetto, sexta-feira, dia 29. Vamos divulgar na página da Câmara. O Ver. Toni Proença, Secretário, fez um excelente trabalho de mobilização, e é muito importante que a Câmara mantenha vitalizada a sua extensão do Mercado Público. Obrigada pela presença de todos. Uma boa noite!

 

(Encerra-se a Sessão às 18h10min.)

 

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